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Negociações aguardam resposta de Israel para trégua em Gaza

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Os mediadores estão na expectativa pela resposta de Israel nesta terça-feira (19) referente à nova proposta de cessar-fogo em Gaza, um dia após o Hamas ter aceitado a proposta e demonstrarem interesse em iniciar um novo ciclo de negociações para terminar quase dois anos de conflito.

Ao longo dos 22 meses de guerra, as partes envolvidas tiveram diálogos indiretos e intermitentes, que resultaram em duas breves pausas no combate e na troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, mas não conseguiram estabelecer um acordo para uma trégua prolongada.

Os esforços de mediação têm sido conduzidos pelo Egito e Catar, com apoio dos Estados Unidos. A nova proposta propõe uma trégua de 60 dias e a libertação dos reféns em duas etapas.

“A decisão está agora com Israel”, declarou no Cairo o diretor dos serviços de inteligência egípcios após a apresentação formal da proposta a Israel.

Uma fonte política israelense de alto escalão, questionada pela AFP, limitou-se a afirmar que “a posição de Israel permanece a mesma: libertação de todos os reféns e cumprimento das condições estabelecidas para o fim da guerra”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não se manifestou, mas na semana passada alertou que só aceitaria um acordo “em que todos os reféns sejam libertados simultaneamente” e sob as “condições dele”.

Segundo a imprensa israelense, a resposta à proposta deve ser divulgada “antes do final da semana”.

O plano apresentado é baseado em uma proposta anterior do enviado americano Steve Witkoff: a libertação de 10 reféns vivos e os corpos de 18 mortos em troca de um cessar-fogo de 60 dias e negociações para encerrar o conflito, informou a rádio pública Kan.

“A questão do desarme do Hamas será discutida durante o período da trégua”, conforme a emissora.

Hamas e outras facções esperam que Netanyahu não coloque empecilhos para implementar o acordo, declarou à AFP Izzat al Rishq, membro do comitê político do Hamas.

Ministros israelenses de direita, como Itamar Ben Gvir, titular da Segurança Nacional, alertam para uma “tragédia” caso Netanyahu ceda às demandas do Hamas, afirmando que o primeiro-ministro não tem autorização para fechar um acordo parcial.

A guerra começou com o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, quando militantes islamistas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, conforme contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Além disso, 251 pessoas foram sequestradas, com 49 ainda em cativeiro em Gaza, sendo 27 já mortos, segundo o Exército israelense.

Duas tréguas anteriores, em novembro de 2023 e início de 2025, possibilitaram o retorno de reféns e devolução de corpos, em troca da libertação de prisioneiros palestinos.

Em Gaza, a ofensiva israelense de retaliação resultou em mais de 62.000 mortos, em sua maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde palestino, apoiados pela ONU.

O anúncio da proposta coincide com os esforços do Exército israelense para tomar o controle da Cidade de Gaza e dos campos de refugiados próximos, com o objetivo declarado de derrotar o Hamas e libertar todos os reféns.

Testemunhas relataram que ataques aéreos continuam no bairro de Zeitoun, com veículos blindados posicionados perto do bairro vizinho de Al Sabra.

A Defesa Civil de Gaza informou que pelo menos 11 pessoas morreram nesta terça-feira, com uma vítima fatal atingida por drones em Al Sabra.

“As explosões não param em Al Sabra. Tanques, artilharia e drones estão atacando nossa área”, disse à AFP Hussein al Dairi, morador local.

Desde o início do conflito, Israel mantém bloqueio sobre Gaza e seus mais de dois milhões de habitantes palestinos, que enfrentam risco de escassez alimentar generalizada, conforme alerta das Nações Unidas.

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