Negociações entre Colômbia e maior grupo de narcotráfico terminam no Catar

Uma série de discussões para a paz entre o governo da Colômbia e o maior grupo de tráfico de drogas do país foi finalizada no Catar, conforme informado nesta quinta-feira (18) pelo país do Golfo. Está prevista uma nova rodada de conversas em data futura.

Desde que assumiu o cargo em 2022, o presidente Gustavo Petro tem buscado, sem sucesso até o momento, o desarmamento dos diversos grupos armados que ainda atuam na Colômbia após o histórico acordo de paz com a antiga guerrilha das Farc em 2016.

No mês passado, Petro anunciou a retomada dos diálogos com o Clã do Golfo, uma organização de tráfico de drogas com raízes paramilitares que se autodenomina Exército Gaitanista da Colômbia (EGC), com quem tenta negociar a paz desde 2023.

De acordo com a inteligência militar colombiana, o Clã do Golfo conta com cerca de 7.500 integrantes, sendo o maior grupo armado do país, responsável pelo envio de grandes quantidades de cocaína anualmente para os Estados Unidos e Europa a partir da Colômbia, principal produtor mundial da droga.

Essa organização também obtém recursos por meio de extorsão, mineração ilegal e controla o trânsito de migrantes pela perigosa floresta de Darién, entre a Colômbia e o Panamá, segundo fontes oficiais e especialistas.

O Ministério das Relações Exteriores do Catar divulgou um comunicado afirmando que a rodada de negociações ocorreu a pedido do governo colombiano entre 14 e 18 de setembro, com o objetivo de avançar na reconciliação e encontrar soluções duradouras para os problemas apresentados pelos grupos armados.

O ministério adicionou que as conversas abordaram o desarmamento e o fortalecimento da paz, e que ambas as partes concordaram em realizar uma nova rodada em Doha em data não especificada.

O Clã do Golfo busca ser reconhecido como um grupo político, desejando um tratamento semelhante ao dado aos grupos guerrilheiros e paramilitares.

Segundo o centro de estudos Fundación Ideas para la Paz, entre 2018 e 2025 a organização teve um crescimento de 165% em seus membros, atua em 300 dos mais de 1.100 municípios do país e continua a se fortalecer.