Nelson Souza é nomeado presidente do BRB pelo BC

O Banco Central (BC) aprovou nesta quarta-feira a nomeação do ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Souza, como novo presidente do Banco de Brasília (BRB). Ele assume o posto após o afastamento de Paulo Henrique Costa, que deixou o cargo por determinação judicial após uma operação da Polícia Federal (PF) envolvendo a compra de carteiras Master pelo banco público.

O governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, inicialmente havia indicado Celso Eloi Cavalhero, superintendente da Caixa em Brasília, para o posto, mas posteriormente optou por Nelson Souza.

Nelson Souza declarou em nota oficial: “Meu compromisso é proteger o BRB e colaborar com os mais de cinco mil funcionários do conglomerado para manter a instituição forte, estável e motivo de orgulho para a população de Brasília. Implementaremos um rigoroso processo de gestão em conjunto com órgãos de controle, sempre seguindo as normas vigentes.”

Antes da aprovação pelo BC, Nelson Souza foi entrevistado e aprovado pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa do Distrito Federal, bem como pelo plenário da Casa.

De acordo com documentos internos da supervisão do Banco Central, o BRB precisou realizar registros contábeis sem respaldo documental apropriado para cumprir as normas financeiras após a compra dos créditos do Master.

A Polícia Federal investiga possíveis irregularidades na venda realizada pelo Master — cujo presidente, Daniel Vorcaro, foi preso na última segunda-feira — para o banco público do DF.

Entre julho de 2024 e outubro de 2025, foram transferidos ao grupo Master valores que somam R$ 16,7 bilhões por meio do BRB, segundo as investigações.

Técnicos do Banco Central indicaram que o excessivo volume de aquisições afetou a operação do banco estadual.

Os bancos precisam manter um capital mínimo para cobrir riscos financeiros, medido por um índice que varia conforme o tamanho da instituição e que deve ser respeitado.

Contudo, os especialistas do BC notaram que os índices do BRB já estavam próximos do limite permitido, principalmente devido à compra dos ativos do Master, e que passaram a apresentar valores negativos nos meses de janeiro e fevereiro de 2025.