Netanyahu busca retorno dos reféns mortos

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou nesta quinta-feira (16) que está firme em sua missão de garantir o retorno de todos os reféns que faleceram sob o controle do Hamas, um passo crucial para avançar no plano de paz dos Estados Unidos.

Israel acusa o grupo islâmico palestino de quebrar o cessar-fogo estabelecido após uma guerra de mais de dois anos iniciada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

O ataque causou 1.221 mortes, a maioria civis, segundo dados oficiais de Israel; além disso, 251 pessoas foram capturadas e levadas para Gaza.

O acordo de trégua previa a devolução dos reféns vivos e mortos dentro de 72 horas após o cessar-fogo, prazo que expirou na segunda-feira, às 12h00 (6h00 de Brasília).

Embora o Hamas tenha libertado 20 reféns vivos dentro do prazo, apenas entregou os corpos de nove das 28 pessoas prometidas.

O grupo afirmou que esses são os únicos corpos aos quais teve acesso, alegando a necessidade de equipamento especial para recuperar os demais.

Diante disso, a Turquia enviou especialistas para ajudar na busca, incluindo esforços para localizar reféns. Cerca de 80 socorristas experientes já estão na região.

Em uma cerimônia no cemitério militar do Monte Herzl, em Jerusalém, Netanyahu declarou: “Estamos determinados a garantir o retorno de todos os reféns”.

Ele ressaltou que, embora o conflito continue, qualquer agressor pagará um preço alto.

O Fórum das Famílias dos Reféns pediu ao governo que suspenda qualquer avanço no acordo enquanto o Hamas não cumprir suas obrigações de devolver todos os reféns e restos mortais.

O ministro da Defesa Israel Katz alertou que a ofensiva em Gaza será retomada, em coordenação com os EUA, caso o acordo não seja respeitado.

Para cada corpo entregue pelos palestinos, Israel devolveu 120 cadáveres, incluindo 30 recentemente.

Relatos de sobreviventes

Sylvia Cunio, uma argentina residente em Israel, reencontrou seus filhos sequestrados após dois anos, descrevendo sua angústia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, destacou que o Hamas está escavando para recuperar os corpos, alguns antigos e outros sob escombros.

Fases do acordo

A primeira etapa inclui a retirada israelense de pontos estratégicos de Gaza e o aumento da ajuda humanitária.

A segunda aborda temas delicados como o desarmamento do Hamas e a continuação da retirada militar.

Israel controla todas as entradas para Gaza, incluindo Rafah, ligação com o Egito, que deve ser aberta para ajuda humanitária em breve.

O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, pediu que Israel cumpra sua parte para ampliar o acesso da ajuda.

Consequências do conflito

A resposta israelense ao ataque do Hamas causou mais de 67.967 mortos em Gaza, principalmente civis, segundo autoridades locais.

A segurança alimentar na região é crítica, e a Organização Mundial da Saúde alerta para a rápida propagação de epidemias.

Mustafa Mahram, deslocado que retornou à Cidade de Gaza, relata a falta de água limpa, alimentos e necessidades básicas, descrevendo a área como uma cidade completamente destruída.