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Netanyahu permitirá saída de palestinos de Gaza

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O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou nesta terça-feira (12) que Israel irá possibilitar que os palestinos deixem a Faixa de Gaza, em meio à preparação do Exército israelense para uma ofensiva mais ampla na região.

Apelos anteriores para a relocação dos moradores da Faixa de Gaza, castigada pela guerra, causaram temor entre os palestinos e foram criticados pela comunidade internacional.

Em entrevista rara a um canal israelense, divulgada logo após o Egito informar que mediadores do conflito retomariam negociações para uma trégua de 60 dias, Netanyahu defendeu suas estratégias de guerra.

“Não estamos expulsando ninguém, estamos permitindo que possam sair”, afirmou o primeiro-ministro ao canal I24 News. Segundo ele, deve-se dar aos palestinos “a chance de sair das áreas de combate e deixar o território, caso desejem”, mencionando os deslocamentos de refugiados em guerras como as da Síria, Ucrânia e Afeganistão.

Para os palestinos, qualquer tentativa de removê-los de suas terras remete à Nakba, o deslocamento em massa ocorrido durante a criação de Israel, em 1948.

Netanyahu apoiou a sugestão do então presidente americano Donald Trump de transferir os mais de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza para o Egito e a Jordânia, enquanto ministros israelenses de direita radical pediram que a saída fosse voluntária.

Negociações no Cairo

No mesmo dia da entrevista, duas fontes palestinas revelaram que uma delegação do Hamas liderada por Khalil al-Haya desembarcaria no Cairo para dialogar com mediadores egípcios.

O grupo se reunirá para discutir os recentes avanços nas negociações, conforme informado por uma das fontes.

As tentativas de mediação, conduzidas por Catar, Egito e Estados Unidos, não tiveram progresso significante desde a última trégua de dois meses firmada no início do ano.

O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, declarou que as conversas estão sendo feitas em estreita colaboração com os representantes do Catar e dos EUA.

O objetivo principal é estabelecer um cessar-fogo de 60 dias, com a libertação de alguns reféns palestinos e o livre fluxo de ajuda humanitária e médica para Gaza, sem restrições.

Uma fonte palestina informou que os mediadores buscam formular uma nova proposta de cessar-fogo integral que inclua a libertação simultânea de todos os reféns.

Durante a entrevista, Netanyahu indicou que não aceitaria a liberação gradual dos reféns, enfatizando que deseja que todos sejam libertados juntos para encerrar o conflito, porém sob condições estipuladas por Israel.

Aumento dos ataques

A Defesa Civil local comunicou a intensificação dos ataques em Gaza, dias após o gabinete de segurança israelense decidir ampliar a ofensiva na principal cidade do território palestino.

Segundo o porta-voz da agência, Mahmud Basal, os bombardeios nas áreas residenciais de Zeitun e Sabra têm sido muito intensos nos últimos três dias, afetando principalmente residências civis.

Os ataques israelenses mataram 33 pessoas em Gaza apenas hoje, conforme informado por Basal.

Israel tem enfrentado críticas crescentes por sua ofensiva em Gaza, onde a ONU e especialistas alertam para uma crise grave de fome.

Além disso, Netanyahu está sob pressão interna para garantir a libertação dos 49 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, dos quais aproximadamente 27 já teriam falecido, segundo o Exército israelense.

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