Curitiba – No Paraná, estado de origem da Operação Lava Jato, os principais pré-candidatos ao governo nas eleições de outubro já foram pelo menos citados nas investigações – e um deles é alvo de inquérito. No campo das formações de alianças, o cenário ainda é de indefinição.
O jornal O Estado de S. Paulo inicia nesta segunda-feira, 11, cobertura das eleições no Paraná com correspondente em Curitiba.
Entre os principais pré-candidatos ao Palácio Iguaçu, estão o ex-senador Osmar Dias (PDT), irmão do pré-candidato à Presidência Alvaro Dias (Podemos); a atual governadora, Cida Borghetti (PP), que foi vice de Beto Richa (PSDB); Ratinho Júnior (PSD), filho do apresentador do SBT e integrante do grupo de Richa.
Completam a lista Dr. Rosinha, presidente estadual do PT que confirmou neste domingo, 10, sua pré-candidatura, o ex-vereador de Curitiba por sete mandatos Jorge Bernardi (Rede), Professor Piva (PSOL) e Geonísio Marinho (PRTB).
Osmar Dias é alvo de inquérito da Lava Jato que corre na Justiça Federal do Distrito Federal. O ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis afirmou ao MPF – em acordo de delação premiada – que deu R$ 500 mil para a campanha de Osmar Dias ao governo, em 2010.
O pedetista declarou ao Estado que o inquérito está sendo encerrado e que a Polícia Federal não encontrou nada contra ele. O pré-candidato afirmou que, apesar de seu nome aparecer na planilha do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, chamado por investigadores de “departamento da propina”, a coluna dos valores não estava preenchida – o que, segundo o político, demonstra que não houve doação.
Vice de Richa no último mandato, a atual governadora paranaense, Cida Borghetti, também é citada na planilha da Odebrecht descoberta pela Lava Jato. Casada com o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros (PP), Cida é associada a um suposto repasse de R$ 50 mil da empreiteira em 2010, quando se elegeu deputada federal. Não há investigação correndo sobre o caso. Por meio de sua assessoria, a governadora afirmou que não recebeu nenhuma doação ilícita. Cida ressaltou que nenhum delator da Odebrecht fez menção ao seu nome.
Cida ainda é citada na Operação Quadro Negro, que investiga desvios de verbas de reformas e construções de escolas no Paraná. Richa também é alvo dessa investigação. No âmbito da Lava Jato, o ex-governador – pré-candidato ao Senado pelo PSDB – é investigado em decorrência da delação da Odebrecht. Richa perdeu o foro privilegiado quando renunciou ao cargo de governador e os processos contra ele foram enviados à primeira instância. Richa e Cida negam todas as acusações.
Ratinho Júnior também apareceu na planilha da Odebrecht, com um pagamento de R$ 250 mil, em 2012. Naquele ano, ele saiu derrotado no segundo turno na disputa à prefeitura de Curitiba. Em nota, a assessoria de Ratinho Júnior afirmou que não há nenhuma investigação envolvendo o deputado estadual na Lava Jato. E disse que as doações foram legais e com prestação de contas aprovada.
As investigações que citam os políticos paranaenses, porém, não deverão ter a principal atenção do eleitor nem estar no centro das discussões, segundo o cientista político da PUC-PR Masimo Della Justina. “Se houver candidatos desconstruindo a imagem alheia, o eleitor vai julgar, e isso não é bem visto.”
Incerteza
Em relação às alianças políticas, o cenário no Paraná está incerto. No fim do ano passado, porém, Osmar Dias e o senador Roberto Requião (MDB), possível candidato à reeleição, sinalizaram uma nova aproximação, ao divulgar vídeos dizendo que fariam um plano de governo comum. Richa tem dois aliados na disputa ao governo: Ratinho Júnior, que foi secretário de seu governo, e Cida Borghetti, que foi sua vice. O pré-candidato tucano ao Senado não definiu em que chapa deverá concorrer. O petista Dr. Rosinha disse que pretende construir aliança com o PCdoB. Ratinho Júnior tem dito que as conversas estão adiantadas com PSC, PRB e PR.
Além de Richa e Requião, 12 nomes se apresentam como pré-candidatos ao Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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