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Nobel da Paz da Venezuela chama para protestos antes da cerimônia
A oposição da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (21) que promoverá protestos em diversas cidades ao redor do mundo no dia 6 de dezembro, quatro dias antes da entrega do Prêmio Nobel da Paz à María Corina Machado.
Machado está em local oculto desde agosto do ano anterior e, apesar de ter declarado que pretende receber o prêmio em Oslo, sua presença só será confirmada na data da cerimônia, em 10 de dezembro.
“Em todos os lugares onde há venezuelanos, nos unimos para celebrar a coragem de cada um deles, pois o Nobel pertence a todos e a esperança também”, diz a convocação divulgada nas redes sociais.
Ainda não está definido em quais cidades ocorrerão as manifestações, tampouco se Machado participará, já que ela raramente sai do seu esconderijo para liderar protestos.
O apoio da oposição na Venezuela enfraqueceu devido a um temor constante causado pela prisão de 2.400 pessoas durante os protestos após a reeleição do presidente Nicolás Maduro em julho passado.
Machado argumenta que Maduro fraudou as eleições contra o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Ela também divulgou cópias das atas emitidas pelas urnas eletrônicas como evidência da fraude, porém o governo chavista refuta essas alegações.
“Continuamos firmes na luta, e cada avanço que fazemos ajuda a construir o país pacífico que almejamos”, afirma o convite para a “Marcha pela paz e liberdade”.
A líder opositora foi informada da premiação na madrugada de 10 de outubro. O comitê do Nobel reconheceu “seu incansável empenho em promover os direitos democráticos do povo venezuelano e sua luta para assegurar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
Diversos presidentes e líderes da América Latina manifestaram interesse em acompanhar Machado na viagem para a Noruega.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou à AFP que, caso Machado aceite sair do país, será considerada fugitiva da Justiça devido às “múltiplas investigações criminais” que pesam contra ela.
Saab acusa Machado de conspiração, incitação ao ódio, terrorismo e de incentivar invasões à Venezuela.
Além disso, Machado apoia o posicionamento de forças militares americanas no Caribe para operações contra o narcotráfico, que o governo de Maduro alega serem manobras para derrubá-lo.

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