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Economia

Nordeste do Brasil pode perder até R$ 16 bilhões ao ano por tarifa de 50% dos EUA, diz Sudene

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Após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras pelos Estados Unidos, a Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene realizou uma análise para avaliar os impactos dessa tarifação para o Nordeste.

Segundo o estudo, os estados do Ceará, Bahia e Maranhão serão os mais prejudicados, pois são os principais exportadores da região para os EUA em 2025. Só neste ano, até junho, a pauta de exportações nordestinas para os Estados Unidos alcançou US$ 1,58 bilhão, equivalente a R$ 8,7 bilhões, com destaque para o Ceará como maior exportador, seguido pela Bahia e Maranhão, que juntos somaram 84,1% do total exportado.

Para o ano de 2024, a previsão inclui Bahia, Maranhão, Ceará e Pernambuco como os principais protagonistas das exportações para os EUA, totalizando cerca de US$ 2,5 bilhões, aproximadamente R$ 14 bilhões.

Exportações regionais

No total, a região exportou pouco mais de R$ 15,6 bilhões considerando o câmbio atual (10 de julho).

“Será uma perda significativa para a economia local caso esse mercado seja fechado, resultado natural do aumento considerável nos preços das mercadorias, conforme a lei da oferta e da procura”, avaliou José Farias, coordenador da Sudene.

Ele explica que diante do “aumento absurdo da tarifa”, compradores dos EUA buscarão outros fornecedores no mercado global, causando perda no PIB, empregos e ainda impactos mais profundos na cadeia produtiva regional, já que os produtos exportados demandam diversas atividades locais, mesmo os primários como o cacau enviado para os Estados Unidos.

José Farias destaca que o aumento pode gerar prejuízos para pequenos agricultores e indústrias, principalmente nos quatro estados que mais exportam para os EUA.

“A pauta é diversificada, incluindo ligas de aço, pastas químicas, pneus e variados produtos agropecuários (principalmente commodities).”

Produtos exportados

Dentre os principais produtos estão aço, frutas, pescados e calçados (Ceará), com alta concentração em produtos de valor agregado médio, que podem perder competitividade com a nova tarifa.

Na Bahia, para 2025, os produtos principais são cacau, óleos, pneus e frutas, com impactos significativos em cacau (US$ 46 milhões) e pneus (US$ 42 milhões).

No Maranhão, os maiores produtos exportados são pastas químicas e minérios.

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