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Nova Délhi bate recorde histórico de calor; temperaturas atingem 52ºC
Autoridades impõem racionamento de água na capital indiana
A capital da Índia, Nova Délhi, atingiu a temperatura mais alta já registrada no país, marcando 52,9ºC, nesta quarta-feira (29), enquanto uma onda de calor levou as autoridades a impor o racionamento de água.
O Departamento Meteorológico Indiano (IMD) disse que o novo recorde foi medido no subúrbio de Mungeshpur, superando o máximo anterior de Nova Délhi, de 49,2ºC em maio de 2022.
Um alerta de onda de calor está em vigor em grande parte do país desde a semana passada, mas nesta quarta-feira (29) a temperatura na capital ultrapassou a marca de 50°C, segundo o escritório meteorológico.
Em algumas áreas da cidade, não há acesso à água, enquanto em outras ele está escasso, disse Atishi Marlena Singh, ministro sênior do governo da capital indiana.
As áreas que normalmente recebem abastecimento de água duas vezes por dia agora tem o fornecimento reduzido para uma vez, para redirecionar os recursos para áreas que tiveram pouco ou nenhum abastecimento, pontuou o ministro.
Além da “onda de calor aguda”, outro motivo para a escassez de água foi a falta de fornecimento de água do estado de Haryana, no norte, para Nova Délhi, que está sendo feita de forma atípica, disse Singh.
Os governos locais impuseram restrições ao abastecimento de água em Nova Délhi e impuseram uma multa de R$125 (2.000 rúpias) àqueles que desperdiçarem água, por exemplo, lavando carros.
A temperatura na cidade de Churu, no estado de Rajastão, subiu para 50,5ºC. Já Sirsa, uma cidade no estado de Haryana, viu os termômetros atingirem 50,3ºC, segundo autoridades.
O governo do estado oriental de Bihar ordenou fechamento de escolas até 8 de junho, após relatos de estudantes que desmaiaram em uma escola pública.
As condições das ondas de calor prevalecem durante o dia, mas deverão diminuir a partir de quinta-feira (30), disse o IMD.
Calor matou mais de 24 mil pessoas desde 1992 na Índia
O calor extremo está se tornando mais comum e intenso em grande parte do mundo devido à crise climática.
A Índia é particularmente vulnerável às altas temperaturas e alguns locais estão ultrapassando os limites da capacidade de sobrevivência humana, dizem especialistas.
Um estudo concluiu que as ondas de calor mataram mais de 24 mil pessoas no país desde 1992.
O aumento dos fenômenos de calor nos próximos anos pode ameaçar o desenvolvimento da Índia e arriscar a reversão do seu progresso na redução da pobreza, na saúde e no crescimento econômico, segundo a pesquisa.
Uma transição incomum de El Niño para La Niña e a falta de ventos trazendo umidade resultaram em aquecimento prolongado, levando a temperaturas recordes, disse à Reuters Gufran Beig, professor titular do Instituto Indiano de Ciência.
El Nino é o aquecimento das águas do Pacífico que é normalmente acompanhado por condições mais secas no subcontinente indiano, enquanto La Niña é caracterizada por temperaturas excepcionalmente frias no mesmo oceano.
“Suspeitamos que tudo esteja associado às alterações climáticas”, disse o especialista à Reuters.
Em um nítido contraste, partes do nordeste da Índia foram atingidas por fortes chuvas na sequência do ciclone Remal, com pelo menos 27 pessoas mortas no estado indiano Mizoram, após o colapso de uma pedreira e vários deslizamentos de terra.
Partes de Assam, na fronteira com Bangladesh, também foram inundadas.
Com informações da Reuters
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