Nova plataforma no pré-sal pode aumentar produção em 20%

O navio-plataforma P-78, pertencente à Petrobras, chegou na terça-feira (30) ao Campo de Búzios, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, a cerca de 180 km da costa do Rio de Janeiro. A estatal divulgou esta informação.

A embarcação saiu de Singapura, no Sudeste Asiático, no dia 13 de julho. O navio-plataforma do tipo FPSO (Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência) tem capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo e comprimir diariamente 7,2 milhões de metros cúbicos de gás.

A P-78 será a sétima estrutura a extrair petróleo no Campo de Búzios, que, conforme a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, já ultrapassou uma produção diária de 900 mil barris de petróleo. Dessa forma, o novo FPSO poderá elevar a produção diária em até 20%.

Além da P-78, outras plataformas atuantes em Búzios são P-74, P-75, P-76, P-77, Almirante Barroso e Almirante Tamandaré.

Transporte com tripulação

Para antecipar a operação, a P-78 foi transportada desde a Ásia com a tripulação brasileira embarcada, permitindo adiantar os procedimentos e treinamentos necessários. Essa prática agiliza o início da produção em aproximadamente duas semanas. A Petrobras não realizava esta prática desde 1999.

Os próximos passos antes da operação envolvem o serviço de ancoragem e a conexão da plataforma aos poços de petróleo, atividades que devem durar cerca de dois meses.

O casco da plataforma foi fabricado em estaleiros nas cidades de Yantai e Hayang, na China, e em Ulsan, na Coreia do Sul. Os blocos foram montados na Coreia do Sul antes de serem enviados a Singapura para a montagem dos módulos, incluindo um fabricado no estaleiro da Seatrium (antigo Brasfels), em Angra dos Reis, litoral do estado do Rio de Janeiro.

Pré-sal

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que regula o setor, a produção do pré-sal representa aproximadamente 80% do total de petróleo e gás extraído no Brasil.

Descoberto em 2006, o pré-sal foi crucial para a soberania energética brasileira, evitando a necessidade de importação de óleo. Além da elevada produtividade, os poços fornecem um petróleo leve, considerado de alta qualidade e valor comercial.

A produção teve início no campo de Jubarte, situado na Bacia de Campos, litoral sudeste, em 2008. Nos reservatórios localizados na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, a perfuração ocorre em profundidades que variam entre 5 mil e 7 mil metros.