Conecte Conosco

Economia

Nova surpresa do BC? Copom anuncia nova taxa de juros hoje

Publicado

em

Na opinião dos especialistas, a lenta recuperação da economia levanta dúvidas sobre o impacto do câmbio nos índices de preços

O Banco Central anuncia nesta quarta-feira sua decisão sobre a taxa básica de juros do país, a Selic. É a primeira decisão sobre juros desde a surpresa de maio, quando o BC optou por manter a Selic em 6,5% ao ano – a maioria dos analistas esperava uma queda para 6,25%.

Dessa vez, a projeção é que os juros continuem em 6,5%, apesar da alta do dólar, que deve pressionar a inflação. Na opinião dos especialistas, a lenta recuperação da economia levanta dúvidas sobre o impacto do câmbio nos índices de preços. “O repasse do câmbio tem defasagens e há dúvidas quanto à sua intensidade nas condições econômicas atuais, com significativa ociosidade da economia e elevada volatilidade cambial, que reduz a visibilidade dos empresários na fixação dos preços”, afirma Zeina Latif, economista-chefe da empresa de investimentos XP, em relatório recente.

“Estivesse a economia já em trajetória firme de recuperação e a inflação mais próxima da meta, faria sentido o BC iniciar a normalização da política monetária, sem aguardar a materialização (ou não) dos efeitos secundários. Em outras palavras, caberia uma postura preventiva. Não é o caso por ora”, acrescenta Zeina.

A intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, para tentar conter a alta do dólar, também contribui para reforçar a estimativa de manutenção dos juros. “Houve uma estabilização na cotação da moeda americana em relação ao real. Há fundamentos para o dólar caminhar perto de 4 reais, e isso não deve provocar um repique inflacionário”, diz João Fernandes, economista da gestora Quantitas.

A maioria dos analistas consultados pelo Banco Central para compor as previsões do boletim Focus, divulgado semanalmente, acredita que os juros continuarão em 6,5% até o fim do ano. Mas alguns acham possível que as taxas subam se o cenário econômico piorar. “Uma nova greve, a deterioração da situação fiscal do país e a vitória de um candidato que não seja a favor de reformas podem elevar o dólar a um nível no qual seja necessário realizar ajustes na Selic como forma de evitar um aumento da inflação”, diz Fernandes.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados