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Novo ataque em Gaza mata 31 e negociações de paz não avançam

Pelo menos 31 palestinos perderam a vida neste domingo (13) em ataques aéreos realizados por Israel na Faixa de Gaza, informou a Defesa Civil local. Apesar de uma semana de negociações indiretas entre Israel e o Hamas, ainda não há um acordo para cessar as hostilidades.
O conflito continua intensamente, com ambos os lados se acusando mutuamente de dificultar o progresso nas conversas iniciadas em 6 de julho em Doha, sob mediação do Catar, Egito e Estados Unidos.
O objetivo central das negociações é estabelecer uma trégua que ponha fim a mais de 21 meses de combates e destruição na região.
Na manhã do mesmo dia, a Defesa Civil relatou a ocorrência de múltiplos ataques israelenses em diversas áreas da Faixa de Gaza que resultaram em 31 vítimas, incluindo mulheres e crianças em zonas residenciais da Cidade de Gaza.
Mahmoud Basal, porta-voz do corpo de resgate, destacou as perdas humanas em casas bombardeadas. Um drone israelense teria também atingido um ponto de distribuição de água perto do campo de refugiados de Nuseirat, causando a morte de dez pessoas, entre elas oito crianças.
Khaled Rayan, residente de Nuseirat, relatou o impacto das explosões que destruíram casas e afetaram famílias próximas, enquanto Mahmoud al-Shami, outro morador da região, lamentou a situação extremamente difícil vivida pela população, ressaltando que jamais algo semelhante ocorreu na história recente.
A crise humanitária na Faixa de Gaza é gravíssima e a maior parte dos mais de dois milhões de residentes já foi deslocada diversas vezes.
No sábado, sete agências da ONU emitiram um alerta conjunto destacando que a falta de combustível chegou a níveis críticos, aumentando o risco de fome e sofrimento extremo para a população local.
O atual conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas surpreendeu Israel com um ataque no sul do país que resultou na morte de 1.219 pessoas, em sua maioria civis, além de 251 sequestros; até o momento, 49 reféns permanecem em Gaza, sendo que 27 foram declarados mortos pelo Exército israelense.
A retaliação israelense já causou a morte de mais de 57.800 palestinos, principalmente civis, conforme informes do Ministério da Saúde do governo Hamas, número reconhecido pela ONU.
Diariamente, a Defesa Civil contabiliza diversas mortes em bombardeios, e imagens divulgadas pela AFP mostram corpos, inclusive de crianças, sendo levados para hospitais.
Desafios nas negociações
Conforme informou uma fonte próxima às negociações, o Hamas rejeita completamente a proposta israelense, que propõe manter tropas em mais de 40% do território da Faixa de Gaza. Essa posição tem gerado obstáculos para o progresso das conversas mediadas em Doha.
Segundo a mesma fonte, Israel planeja concentrar centenas de milhares de deslocados no sul da Faixa de Gaza como parte de um potencial deslocamento forçado da população rumo ao Egito ou outros países.
Uma autoridade israelense, porém, acusa o Hamas de se recusar a oferecer concessões e de promover uma guerra psicológica com a intenção de sabotar as negociações.
Outra fonte palestina mencionou avanços na discussão sobre a entrada de ajuda humanitária e intercâmbio de reféns por prisioneiros palestinos em Israel.
A autoridade de Israel afirmou que há disposição para flexibilização e que um novo plano para retirada das tropas israelenses poderá ser apresentado brevemente.
Nos últimos dias, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou que os objetivos da guerra são libertar os reféns, destruir as capacidades militares do Hamas e expulsar o grupo do território.
Em Tel Aviv, milhares de manifestantes continuam a se reunir semanalmente para pedir a devolução dos reféns.
Eli Sharabi, ex-cativo, alertou que a oportunidade para a libertação dos reféns está aberta, mas poderá não permanecer assim por muito tempo.

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