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Novos ataques de Israel a Gaza causam 50 mortes
Nos últimos dias, pelo menos 50 pessoas perderam a vida em Gaza devido a ataques aéreos realizados por Israel, que acusa o grupo Hamas de ter atacado suas tropas, mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que “nada vai comprometer” o acordo de cessar-fogo.
De acordo com a Defesa Civil da região palestina, entre as vítimas há 22 crianças, além de mulheres e idosos, com quase 200 pessoas feridas.
Mahmud Basal, porta-voz da Defesa Civil, descreveu a situação em Gaza como “dramática e assustadora”.
Os bombardeios por Israel recomeçaram na terça-feira (28), após a acusação contra o Hamas por ataques a soldados israelenses em Gaza, sem detalhar a localização, contrariando o cessar-fogo.
O Hamas negou ter atacado os soldados em Rafah, no sul de Gaza, e reafirmou sua intenção de manter o acordo de paz.
Na quarta-feira (30), o Exército de Israel confirmou a morte do soldado Yona Efraim Feldbaum, de 37 anos, durante combates no sul da Faixa de Gaza.
Apesar da escalada, Trump repetiu que o cessar-fogo será mantido e apenas defendeu o direito de Israel de responder se seus soldados forem atacados.
Desde 2007, o Hamas governa Gaza e denunciou que Israel desrespeitou o acordo ao atrasar a entrega do corpo de um refém, inicialmente prevista para terça-feira.
Israel acusa o Hamas de violar o acordo também ao manusear restos mortais do refém Ofir Tzarfati, cujo corpo foi parcialmente recuperado pelo Exército israelense, não correspondendo ao esperado.
Em cumprimento à primeira etapa do cessar-fogo, o Hamas soltou em 13 de outubro 20 reféns vivos capturados desde o ataque surpresa a Israel em 7 de outubro de 2023. Também deveria devolver os corpos de 28 reféns falecidos, mas até agora liberou apenas 15, alegando dificuldades para encontrá-los devido à devastação causada pela ofensiva israelense.
O braço armado do Hamas anunciou que encontrou os corpos de dois reféns, porém não informou a data da entrega.
O Fórum das Famílias, principal grupo israelense que busca o retorno dos reféns, relatou que partes dos restos mortais de Ofir Tzarfati foram trazidas para Israel no final de 2023 e em março de 2024, e lamenta ter que reabrir e sepultar seu túmulo várias vezes.
O grupo pediu que o governo de Netanyahu tome medidas firmes contra o Hamas pelas violações do acordo.
O ministro de Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, declarou que a persistência do Hamas em não entregar todos os corpos mostra que o grupo ainda está ativo, e afirmou ser hora de “quebrar suas pernas de uma vez por todas”.
Antes do anúncio israelense, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, declarou que o grupo está comprometido a entregar os corpos assim que localizados, ressaltando as dificuldades de recuperação no território devastado após dois anos de conflitos.
O ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel resultou na morte de 1.221 pessoas, a maioria civis, conforme dados oficiais compilados pela AFP.
Como resposta, a retaliação de Israel causou mais de 68.500 mortes na Faixa de Gaza, com a maioria sendo civis, segundo informações do Ministério da Saúde do Hamas.

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