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Novos testes nucleares nos EUA: entenda o que está acontecendo
 
																								
												
												
											Donald Trump causou alvoroço mundial ao anunciar que os Estados Unidos vão reiniciar os testes de armas nucleares.
O presidente americano não deu detalhes adicionais sobre o tema. Mais do que um anúncio, a declaração pareceu uma mensagem para seus principais adversários, Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia.
Não está claro se esses testes serão apenas para avaliar armas já existentes capazes de carregar ogivas nucleares — uma prática que os EUA já realizam — ou se envolverão explosões nucleares reais, algo que neste século só foi feito pela Coreia do Norte.
As palavras de Trump
Trump publicou em suas redes sociais que ordenou ao Pentágono que “comece a testar armas nucleares em igualdade de condições” com Rússia e China.
Contudo, não há confirmação de explosões atômicas recentes por esses países, e o Departamento de Energia, não o de Defesa, é o órgão responsável pelo arsenal nuclear americano.
“Parece que todos estão realizando testes nucleares (…) nós os interrompemos há muitos anos, mas, dado que outros estão fazendo, acho apropriado que nós também o façamos”, disse ele aos jornalistas no Air Force One.
O ex-presidente não detalhou qual tipo de testes ordenou.
Histórico dos testes dos Estados Unidos
O primeiro teste nuclear mundial foi realizado pelos EUA em julho de 1945. Pouco depois, jogaram duas bombas atômicas sobre o Japão ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Desde então, até 1992, os EUA efetuaram mais de mil testes de bombas atômicas.
Em 1992, o Congresso estabeleceu uma moratória para testes subterrâneos, a menos que outro país realizasse um, o que já aconteceu.
Antes dessa decisão, os EUA proibiram testes atmosféricos, espaciais e subaquáticos como parte do Tratado de Proibição Parcial de Testes Nucleares, do qual são signatários desde 1963.
Em 1996, os EUA assinaram o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, embora o Senado ainda não tenha ratificado o acordo.
A confiabilidade do arsenal é assegurada pelo Programa de Gerenciamento de Estoques, que envolve atividades científicas como modelagem, simulação e experimentos nucleares, segundo a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA).
Segundo a NNSA, este programa permite avaliar e certificar os estoques com alta confiança.
O vice-presidente J.D. Vance declarou recentemente que testes nucleares são essenciais para garantir o funcionamento correto do arsenal americano.
Os EUA fazem testes regulares em armas que podem transportar ogivas nucleares, como mísseis balísticos intercontinentais.
Recomeço dos testes com explosões
O presidente dos EUA tem autoridade para autorizar testes com explosivos nucleares, e as forças armadas poderiam restabelecê-los em um período de 24 a 36 meses após essa decisão.
Segundo documento do Congresso, o tempo para retomar testes subterrâneos depende mais do cumprimento de normas ambientais, sanitárias e de segurança do que de questões técnicas ou da necessidade de reparo das instalações.
Doreen Horschig, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, explicou que a NNSA pode estar pronta para conduzir testes subterrâneos simples dentro de seis a dez meses.
Para testar novas ogivas e capacidades avançadas, o prazo seria consideravelmente mais longo.
 
																	
																															
 
								 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											
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