Número de mortos chega a 16 em ataque a festa judaica na Austrália

A polícia confirmou que 16 pessoas morreram e outras 40 estão hospitalizadas após um ataque a tiros ocorrido no domingo à noite na praia de Bondi, em Sydney, durante a celebração do Hanukkah, uma importante festa judaica. O ataque chocou a comunidade local e foi classificado como um ato terrorista movido por antissemitismo.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, descreveu o atentado como um ataque direto à comunidade judaica em um dia que deveria ser de alegria e celebração. Ele também exaltou a bravura de cidadãos que combateram o atirador, destacando um homem identificado como Ahmed al Ahmed, um vendedor de frutas de 43 anos, que enfrentou o agressor, tomou sua arma e foi ferido no processo. Ele é considerado um herói nacional por sua coragem.

Entre as vítimas está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, que trabalhava no centro cultural judaico local e era conhecido por seu caráter alegre e dedicado à fé. O Ministério das Relações Exteriores da França confirmou que um cidadão francês morreu no incidente. Autoridades internacionais, incluindo o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o presidente argentino Javier Milei, condenaram o ataque, classificando-o de ato antissemita e terrorista.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou o governo australiano na sequência do reconhecimento do Estado palestino. Em contrapartida, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina repudiou qualquer forma de violência e expressou solidariedade à Austrália.

O evento atacado, conhecido como “Chanukah by the Sea”, reuniu cerca de mil pessoas. Após o ataque, a cena era de horror, com sangue espalhado pelo local e pertences abandonados por quem fugiu em pânico. Testemunhas relataram um tiroteio intenso que durou vários minutos. A polícia ainda investiga se os artefatos explosivos encontrados em um veículo próximo estavam ligados ao agressor, que morreu durante o ataque.

O presidente da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, declarou que o ataque foi uma tragédia previsível e criticou a falta de medidas governamentais para proteger a comunidade. O clima de tensão aumentou após uma série de ataques antissemitas recentes, atribuídos em parte ao governo australiano ao Irã, país que condenou veementemente o atentado e declarou repúdio ao terrorismo.

Além dos impactos imediatos, o ataque reavivou debates sobre segurança e convivência pacífica, enquanto a comunidade internacional continua a pedir esforços para combater o antissemitismo e o extremismo. As autoridades locais mantêm a investigação ativa para garantir justiça às vítimas e prevenir futuros ataques.