Nunes apoia Bolsonaro e critica Judiciário pelo medo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu novamente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (2/9), no primeiro dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode condenar o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.

“Estou bastante magoado com tudo o que está acontecendo no nosso país. Acredito que precisamos de mais tranquilidade, mais calma, e de um Judiciário que atue com respeito, não com medo”, declarou o prefeito após participar da abertura do 12º Fórum do Biogás, na capital paulista.

Ricardo Nunes também ressaltou que, infelizmente, o resultado do julgamento aparenta já estar definido. Embora as ações analisadas envolvam atos cometidos por Bolsonaro durante sua presidência, o prefeito afirmou que o ex-presidente “nem deveria estar sendo julgado no STF”, pois não possui foro privilegiado.

O ministro Alexandre de Moraes é o relator do processo relacionado à trama golpista no STF e é visto como um adversário dos bolsonaristas. Sem mencionar nomes, Nunes criticou a classificação de tentativa de golpe aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, chamando o processo de excessivo.

Para o prefeito, qualquer pessoa imparcial reconhecerá que não há justificativa razoável para tal acusação. “Acredito que deveria haver punição exemplar para os casos de depredação que ocorreram, mas não para a acusação de tentativa de golpe. Parece que estão forçando uma questão que não se sustenta na prática”, afirmou.

Sobre o projeto de anistia apoiado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Nunes, o prefeito expressou concordância com a proposta. “Considerando o que está acontecendo, com a condução acelerada e exagerada do Judiciário no processo, sou contrário a qualquer injustiça, seja contra quem for, de qualquer partido. Se percebemos uma injustiça, é essencial restabelecer a Justiça. Acho que o Tarcísio está certo”, declarou.

Nunes declarou ainda que não tem certeza se participará do ato bolsonarista na Avenida Paulista no 7 de setembro, mas que provavelmente estará presente.