O mundo ainda não está preparado para viver sem o petróleo, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a continuação da exploração petrolífera na Margem Equatorial do Brasil, uma vasta área marítima que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, onde o Rio Amazonas desemboca no Oceano Atlântico.

Em entrevista ao podcast Mano a Mano, Lula afirmou que esta atividade pode gerar recursos econômicos e energéticos significativos para o progresso nacional, ressaltando que o planeta ainda não está pronto para abandonar as fontes fósseis de energia não-renováveis.

O presidente declarou que, embora apoie a ideia de um futuro sem combustíveis fósseis, a realidade atual exige o uso do petróleo, que, se utilizado de forma responsável, pode deixar de ser um inimigo ambiental tão grande.

Lula destacou que o Brasil já utiliza combustíveis mais limpos, como a mistura de 30% de etanol na gasolina, o que reduz a emissão de gases nocivos, e a adição de 15% de biodiesel no diesel, o que tornará o combustível brasileiro mais sustentável comparado a outros.

Ele explicou que o petróleo pode ser uma fonte de recursos para financiar a necessária transição para energias mais verdes globalmente.

Lula frisou que o país não pode renunciar à exploração desse potencial energético. Reafirmou o compromisso de que qualquer exploração será feita sem causar prejuízo ambiental.

O presidente indicou que, caso as pesquisas confirmem grandes reservas, o Brasil terá que decidir se explora o petróleo diretamente ou permite que outros o façam, assumindo todos os riscos ambientalmente responsáveis.

Ele questionou as críticas à exploração na Margem Equatorial, destacando a capacidade da Petrobras, uma das mais avançadas e especializadas do mundo em prospecção em águas profundas.

Lula ressaltou que, enquanto grandes nações como os Estados Unidos, França, Noruega e Catar buscam seus recursos energéticos, o Brasil também deve explorar seus potenciais para garantir exportações e impulsionar a transição energética para o benefício da sociedade.