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OAB-SP denuncia uso excessivo da força policial após morte equivocada de jovem

A seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota nesta quinta-feira (10/7) condenando a aplicação desproporcional da força policial no estado de São Paulo. A denúncia surge após a morte de Guilherme Dias Santos Ferreira, 26 anos, que foi fatalmente baleado por um policial militar na noite de sexta-feira (4/7), na Estrada Turística de Parelheiros, zona sul da capital paulista.
O jovem foi atingido na cabeça enquanto corria em direção a um ponto de ônibus para retornar para casa após um dia de trabalho. Segundo o boletim de ocorrência, o policial militar havia sofrido uma tentativa de roubo e confundiu Guilherme com um dos assaltantes, disparando contra ele.
A OAB classificou a ação do policial como “abusiva, desnecessária e motivada por um padrão de má conduta recorrente”. A instituição também enfatizou a necessidade urgente de investir em treinamento e capacitação dos agentes policiais.
“Devido à falta de orientação, aprimoramento e supervisão institucional, o agente agiu fora da lei, desconsiderando a legalidade e a justiça”, declarou a OAB.
A entidade lamentou o crescimento da letalidade policial no atual governo, que impacta principalmente a população negra e de baixa renda. Reforçou a importância de adoção de protocolos que priorizem métodos menos agressivos, a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais e a necessidade de investigação rigorosa e ágil dos casos de conduta inadequada.
Quanto ao policial envolvido, ele foi preso em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberado após pagamento de fiança de R$ 6,5 mil e responde ao processo em liberdade. A Polícia Militar o afastou das atividades operacionais.
Imagens de segurança registraram o momento em que o policial Fábio Anderson Pereira de Almeida efetuou disparos contra dois suspeitos antes de erradamente atingir Guilherme Dias Santos Ferreira. Guilherme havia terminado seu expediente em uma fábrica de camas e estava atravessando a rua para pegar um ônibus quando sofreu o disparo fatal.
Conforme boletim de ocorrência, os suspeitos anunciaram um assalto, e o policial reagiu atirando. No vídeo, dois homens em uma motocicleta são alvejados e depois fogem a pé. O trabalhador, sem nenhuma relação com o ocorrido, aparece saindo do trabalho, poucos minutos antes do disparo que lhe causou a morte.
Ao lado do corpo do jovem, foram encontrados apenas seus pertences pessoais: carteira, celular, livro e marmita.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil está à frente das investigações, acompanhadas pela Polícia Militar. Os suspeitos que participaram da tentativa de assalto ainda não foram localizados ou identificados.

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