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OMS alerta para massacre com mais de 460 mortos em hospital do Sudão

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou, nesta quarta-feira (29), profunda consternação diante das notícias que apontam para mais de 460 vítimas fatais no hospital da cidade sudanesa de El Fasher, recentemente capturada por grupos paramilitares em conflito com o exército oficial.

O diretor da agência da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, publicou em seu perfil do X que está extremamente abalado com a tragédia ocorrida na Maternidade Saudita de El Fasher, onde pacientes e acompanhantes foram mortos após ataques e sequestros de profissionais de saúde.

Mohamed Daglo, líder dos paramilitares sudaneses, declarou que busca a unidade do Sudão, seja pela paz ou pela guerra, em mensagem veiculada por seu canal no Telegram a partir de local desconhecido.

Ele pediu desculpas aos moradores de El Fasher pela catástrofe sofrida, alegando que a guerra foi imposta ao grupo. A União Europeia denunciou a severidade dos atos cometidos pelos paramilitares.

As Forças de Apoio Rápido (FAR) afirmaram no domingo (26) terem tomado controle total de El Fasher, última grande cidade da região ocidental de Darfur sem domínio paramilitar, marcando um ponto crucial na guerra civil que começou em abril de 2023.

Desde então, o país tem enfrentado uma disputa pelo poder entre o general Abdel Fatah al Burhan, comandante do exército e líder de fato desde o golpe de 2021, e o general Mohamed Daglo, chefe das FAR.

As autoridades acusam os paramilitares de terem atacado mesquitas e a Cruz Vermelha durante a tomada de El Fasher, que estava sob cerco há 18 meses.

Mona Nur Al Daem, responsável pela ajuda humanitária em Porto Sudão, afirmou que mais de 2 mil civis morreram na invasão das milícias paramilitares em El Fasher, incluindo ataques a locais religiosos e voluntários da Cruz Vermelha.

Análises de imagens por satélite confirmam que os massacres continuaram por pelo menos 48 horas após a tomada da cidade pelas FAR, segundo o Humanitarian Research Lab da Universidade de Yale.

O laboratório relatou execuções nas proximidades de dois hospitais e massacres sistemáticos nas áreas periféricas da cidade.

Mais de 33 mil pessoas fugiram da violência desde domingo, buscando abrigo nas regiões próximas a El Fasher e Tawila, com cerca de 650 mil já deslocados, conforme dados da ONU.

Antes da guerra, El Fasher abrigava mais de 1 milhão de habitantes, mas atualmente restam cerca de 177 mil civis, segundo informações recentes das Nações Unidas.

Os acessos à cidade permanecem bloqueados, dificultando o contato com fontes independentes locais e a abertura de corredores humanitários segue sendo um apelo urgente diante da crise.

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