ONU alerta fome em Gaza: bloqueio israelense acumula alimentos na fronteira

A ONU declarou oficialmente nesta sexta-feira (22) uma situação de fome em Gaza, a primeira do tipo a afetar o Oriente Médio, após seus especialistas avisarem que 500 mil pessoas enfrentam condições “catastróficas”.

Depois de meses de alertas sobre a falta de alimentos no território destruído pela guerra, a Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), órgão da ONU com sede em Roma, confirmou que a fome já está presente em Gaza e que as regiões de Deir al Balah e Khan Yunis serão prejudicadas até o final de setembro.

O diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, declarou que a fome em Gaza “poderia ter sido evitada” se não fosse pela “obstrução sistemática de Israel”.

“Esta fome poderíamos ter impedido, se nos tivessem permitido agir. Mas os alimentos estão acumulados nas fronteiras devido ao bloqueio rigoroso imposto por Israel”, afirmou Fletcher, acrescentando que “essa fome será um problema que afrontará a todos nós”.

Por outro lado, o governo de Israel rejeitou categoricamente o relatório e afirmou que “não existe fome em Gaza”.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que o relatório internacional é parcial e baseado em “falsidades do Hamas”.

O comunicado israelense acusa a IPC de desviar suas próprias regras e ignorar seus critérios, dizendo ainda que o relatório foi elaborado “para favorecer uma campanha falsa do Hamas” e que foi influenciado por organizações com interesses próprios.