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ONU alerta para risco de nova crise grave em Gaza com plano de Israel

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O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se urgentemente neste domingo (10) para discutir o projeto de Israel de assumir o controle da Cidade de Gaza, uma medida criticada por vários países que alertam que isso não trará alívio ao sofrimento da população local.

O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que as forças militares israelenses estão se preparando para tomar o comando da Cidade de Gaza, visando derrotar o Hamas e libertar os reféns mantidos pelo grupo palestino.

Miroslav Jenca, secretário-geral adjunto da ONU, afirmou ao Conselho que, se executado, o plano provavelmente desencadeará uma nova tragédia em Gaza, com impactos em toda a região, resultando em mais deslocamentos forçados, mortes e destruição.

O Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) relatou que 98 crianças morreram por desnutrição severa desde o início do conflito em outubro de 2023, incluindo 37 desde julho, conforme dados das autoridades de Gaza.

Ramesh Rajasingham, diretor de coordenação da OCHA, destacou que a situação já não é uma crise iminente de fome, mas fome pura e simples.

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, informou que mais de dois milhões de pessoas estão enfrentando sofrimentos insuportáveis, classificou os planos israelenses como ilegais e imorais e pediu autorização para a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza.

Benjamin Netanyahu anunciou que jornalistas estrangeiros poderão atuar dentro de Gaza, acompanhados pelo exército israelense, garantindo que o objetivo do plano aprovado não é ocupar Gaza, mas terminar o conflito rapidamente.

Apelo por Sanções e Reações Internacionais

O Reino Unido, junto com Dinamarca, Grécia, França e Eslovênia, alertou que o plano pode prolongar o conflito e aumentar o sofrimento dos civis palestinos.

James Kariuki, embaixador adjunto britânico na ONU, afirmou que o caminho escolhido levará a mais derramamento de sangue e não à paz.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, descreveu o plano como preocupante diante da grave situação humanitária e de saúde na Faixa de Gaza, ressaltando os riscos para as crianças quanto à desnutrição e acesso à assistência médica.

Por sua vez, os Estados Unidos defenderam o direito de Israel de tomar as medidas necessárias para sua segurança, enquanto o embaixador adjunto de Israel na ONU, Jonathan Miller, pediu que a pressão seja direcionada ao Hamas, não a Israel.

Em contrapartida, o embaixador da Argélia, Amar Bendjama, solicitou sanções contra Israel em resposta ao seu plano, um pedido apoiado pelo embaixador palestino Riyad Mansour.

Reações Dentro de Israel e Gaza

O plano de Netanyahu provocou horror entre as famílias dos reféns e foi recebido com oposição da extrema direita israelense, que deseja uma abordagem ainda mais rigorosa, incluindo a colonização e a transferência da população da Faixa de Gaza.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, expressou o desejo de controlar toda a Faixa de Gaza.

No domingo, operações militares israelenses resultaram na morte de 27 pessoas em Gaza, incluindo 11 civis que aguardavam distribuição de alimentos, segundo a Defesa Civil local.

Desde o início do conflito com o ataque do Hamas em outubro de 2023, 1.219 israelenses, em sua maioria civis, perderam a vida. A retaliação israelense já causou a morte de mais de 61 mil pessoas em Gaza, majoritariamente civis, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, informações consideradas confiáveis pela ONU.

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