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ONU alerta piora dos direitos humanos na Coreia do Norte

A situação dos direitos humanos na Coreia do Norte tem piorado, segundo um relatório divulgado pela ONU nesta sexta-feira, que descreve uma década marcada por “sofrimento, repressão e medo crescente”.
Desde 2014, quando as Nações Unidas lançaram seu primeiro relatório sobre o país asiático, foram documentados variados crimes contra a humanidade. O presidente da comissão de investigação comparou esses atos a atrocidades cometidas pelos nazistas, pelo regime do apartheid na África do Sul e pelo Khmer Vermelho no Camboja.
Os dados coletados pelo Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos indicam que a situação não só não melhorou como, em muitos aspectos, se agravou devido ao aumento dos abusos governamentais.
“Nenhum outro povo no mundo hoje enfrenta restrições tão severas”, afirma o relatório, que se baseia em centenas de entrevistas realizadas.
Governada rigidamente pela dinastia Kim há mais de setenta anos, a Coreia do Norte exerce um controle rigoroso sobre sua população.
Volker Türk, chefe dos Direitos Humanos da ONU, alertou em nota oficial que, caso a atual trajetória continue, a população continuará sujeita a mais sofrimento, repressão brutal e medo constante.
O documento revela que houve um aumento na aplicação da pena capital, um retrocesso significativo na liberdade de expressão e no acesso à informação, além da ampliação dos mecanismos de vigilância em massa facilitados pelos avanços tecnológicos.
A ONU também identificou um crescimento nos casos de trabalhos forçados, alguns se assemelhando à escravidão, configurando crime contra a humanidade.
Já descrito no relatório de 2014, o trabalho compulsório acompanha outras graves violações como execuções, tortura, fome imposta e a detenção de entre 80.000 e 120.000 pessoas em campos prisionais.
Cem milhares de pessoas desaparecidas, incluindo estrangeiros raptados, continuam sem paradeiro conhecido, segundo o relatório.
Embora o acesso a informações sobre os campos seja limitado, monitoramentos da ONU e imagens de satélite indicam a existência de pelo menos quatro desses locais.

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