A Coreia do Norte consegue contornar cada vez mais as sanções impostas contra seu programa de armamento, de acordo com um relatório redigido por especialistas da ONU publicado neste domingo.
O documento foi revelado um dia antes da reunião do Conselho de Segurançapara votar o oitavo pacote de sanções contra Pyongyang, a pedido do governo dos Estados Unidos.
O relatório confirma formalmente uma informação obtida em agosto, com fontes diplomáticas, pela imprensa.
“O país também continua a violar o embargo de armas e as sanções financeiras e setoriais robustas, mostrando que, à medida que o regime de sanções se expande, o mesmo acontece com o alcance da evasão”, resume o documento, que analisa o período de fevereiro a agosto.
“A República Popular Democrática da Coreia fez avanços tecnológicos significativos em suas capacidades de armas de destruição em massa, desafiando o regime de sanções mais abrangente e direcionado na história das Nações Unidas”, completa o relatório.
Após dois testes nucleares em 2016, Pyongyang lançou 14 mísseis balísticos no decorrer de 2017, dois deles intercontinentais.
O relatório não inclui o disparo de um míssil de médio alcance que sobrevoou o Japão em meados de agosto e um teste nuclear no início de setembro.
“A Coreia do Norte segue violando as sanções econômicas com agentes no exterior que realizam transações financeiras em nome de entidades nacionais”, aponta o documento.
Pyongyang exporta quase todos os produtos afetados pelas sanções da ONU, o que representou pelo menos 270 milhões de dólares para o país no período estudado.
Apesar das medidas adotadas este ano pela China para interromper as importações de carvão, o regime norte-coreano enviou carregamentos para outros Estados membro da ONU, incluindo Malásia e Vietnã, e usou outros países como intermediários para outras cargas.
Neste domingo, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, denunciou neste domingo a multiplicação dos testes nucleares e de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
“O comportamento imprudente da Coreia do Norte é uma ameaça mundial que precisa de uma resposta mundial, que certamente inclui a Otan”, declarou Stoltenberg ao canal britânico BBC.
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