ONU denuncia detenção de 20 funcionários pelos houthis no Iêmen

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou neste domingo (19) que 20 de seus membros foram presos pelos rebeldes houthis em Sanaa, a capital do Iêmen que está sob controle dos insurgentes. Essa situação ocorreu um dia após uma nova ação contra os trabalhadores da organização no país em conflito.

Cinco integrantes da equipe local e quinze representantes da equipe internacional estão retidos dentro do complexo da ONU, onde os insurgentes entraram no sábado, contou à AFP Jean Alam, porta-voz do coordenador residente da ONU no Iêmen.

Além disso, Jean Alam informou que outros 11 funcionários locais, que tinham sido presos anteriormente, foram liberados após interrogatório.

A ONU está comunicando-se com os houthis, os Estados-membros envolvidos e o governo iemenita para resolver essa situação crítica o quanto antes, finalizar a detenção dos funcionários e recuperar o controle total de suas instalações em Sanaa.

Esse episódio ocorre depois que dezenas de trabalhadores da ONU foram detidos nas últimas semanas em áreas sob controle dos insurgentes iemenitas, que recebem apoio do Irã.

No discurso transmitido pela televisão na quinta-feira, o líder dos rebeldes, Abdelmalek al Huthi, declarou que suas forças desmantelaram “uma das redes de espionagem mais perigosas”, que supostamente está ligada a organizações humanitárias como o Programa Mundial de Alimentos e o Unicef.

As alegações foram consideradas “perigosas e inaceitáveis” no sábado pelo porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, para quem essas afirmações colocam em sério risco a segurança dos trabalhadores da ONU e dos agentes humanitários, além de comprometerem operações essenciais de ajuda.