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Operação Delivery: Justiça decide manter prisão de grupo que vendia cocaína na Esplanada

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Na audiência de custódia, prisão dos suspeitos foi convertida em preventiva, por tempo indeterminado. ‘Prática reiterada de tráfico de drogas’, entendeu juiz.

Presos na operação Delivery mantidos detidos (Foto: Divulgação)

A Justiça do Distrito Federal decidiu nesta quarta-feira (7) manter preso o grupo suspeito de fazer “delivery” de droga na Esplanada dos Ministérios. Na audiência de custódia, a prisão dos suspeitos, que era temporária (por 30 dias), foi convertida em preventiva (por tempo indeterminado).

No entendimento do juiz Aragonê Nunes Fernandes, a prisão deve ser mantida porque há evidências de “prática reiterada de tráfico de drogas”. Ele negou o pedido dos advogados, que tinham pedido liberdade provisória ou mesmo relaxamento da prisão.

“Vê-se que a dinâmica levada a efeito pelo grupo era da existência de um sistema de tele-entrega, verdadeiro ‘delivery de entorpecentes’, levando drogas para órgãos públicos desta capital, demonstrando a ousadia e destemor dos envolvidos. Não é só. A elevada quantidade de droga apreendida, bem assim a diversidade, conferem gravidade concreta à conduta.”

Ao analisar o caso, o juiz mencionou que parte dos suspeitos já tem passagem pela polícia. Também declarou que a prisão é necessária uma vez que 2 dos 28 alvos continuavam foragidos até esta quarta.

“Isso para, de um lado, garantir a ordem pública, freando a ação delitiva do grupo; de outro lado, para preservar a instrução criminal, desbaratando a célula criminosa.”

Detentas presas na operação Delivery (Foto: Divulgação)

Alvos

Entre os alvos que continuam presos há uma ex-estagiária do Ministério Público Federal (MPF) formada em direito. Ela é apontada como “conselheira jurídica” do grupo, por orientar sempre ser transportada quantidades pequenas de droga.

“Se [a polícia] pegasse isoladamente, não teria como configurar o tráfico. Seria enquadrado como uso. Era coisa pequena, fácil de colocar no bolso”, explicou o delegado, que qualificou a droga como de “altíssima qualidade”.

Carro da Câmara

Outro preso na operação “Delivery” é um motorista da Câmara dos Deputados. Ele trabalha para o deputado federal Valadares Filho (PSB-SE), presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional. O gabinete do parlamentar confirmou a informação e disse que o deputado “está providenciando a exoneração dele”.

Segundo a polícia, ele foi flagrado, durante o expediente, usando um carro contratado pelo gabinete para comprar drogas. “Esse carro era usado para aquisição de substância. Mantinha contato com traficantes e ia buscar. Cabe frisar que o parlamentar não possuía sequer ciência dos fatos”, declarou o delegado, que também afirmou ter prendido um ex-policial do Exército, que ostentava armas em redes sociais.

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