Operação policial no Rio resulta em 121 mortes e retirada de corpos na mata

A Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28) pelas polícias civil e militar do Rio de Janeiro, resultou em 121 mortos, incluindo 117 civis e quatro policiais. Esses dados foram atualizados pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, durante uma entrevista coletiva concedida na quarta-feira (29).

Autoridades de segurança pública reconhecem que o número de mortos pode crescer e informam que as pessoas que reagiram com violência à operação foram mortas, enquanto os que se entregaram foram detidos.

No total, foram feitas 113 prisões, das quais 33 eram de pessoas de outros estados que atuavam no Rio de Janeiro. Além disso, dez adolescentes foram encaminhados para unidades socioeducativas.

Felipe Curi declarou: “A polícia não inicia atirando, ela é recebida a tiros. Esta operação foi meticulosamente planejada. O resultado final foi escolhido por eles, não pela polícia.”

Ele também afirmou que essa ação não configura uma chacina, termo utilizado por movimentos sociais e defensores dos direitos humanos para descrever a operação, que foi a mais letal na história do estado do Rio.

“Chacina significa mortes ilegais. O que realizamos foi uma ação legítima do estado na execução de mandados de prisão e busca”, explicou.

A operação, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais, foi a maior dos últimos 15 anos no estado. Os confrontos e atos de retaliação dos criminosos causaram pânico na cidade, com tiroteios intensos que resultaram no fechamento das principais vias, escolas, comércios e unidades de saúde.

Segundo Curi, os mortos são oficialmente considerados criminosos que tentaram homicídio contra policiais.

Mandados e impacto no tráfico

O objetivo era conter a expansão do Comando Vermelho, cumprindo 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 destes emitidos pelo estado do Pará, parceiro na operação.

Curi comentou: “Este foi o maior golpe sofrido pelo Comando Vermelho, com perdas de armas, drogas e líderes importantes.”

Foram apreendidas 118 armas, incluindo 91 fuzis. A polícia também contabilizou toneladas de drogas confiscadas.

Posição do governo e esclarecimentos

Victor dos Santos, secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, afirmou que a operação resultou em oito vítimas totais: quatro inocentes feridos sem gravidade e quatro policiais mortos.

Segundo ele, os mortos optaram por não se render e eram criminosos. “Embora a alta letalidade fosse previsível, não era o resultado desejado.”

Na coletiva, as autoridades mostraram imagens da ação, reforçando que a operação foi planejada e respeitou as normas legais, incluindo o uso de câmeras individuais.

O confronto foi deslocado para áreas de mata para proteger a população civil, onde ocorreu a maioria dos óbitos.

Relativamente às câmeras, as autoridades explicaram que algumas podem ter descarregado as baterias devido ao tempo prolongado da operação, o que pode ter impedido o registro completo das ações.