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Operador revelou repasses suspeitos ao prefeito de São Bernardo no WhatsApp

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O homem identificado como operador de esquemas de corrupção na Prefeitura de São Bernardo do Campo discutia valores suspeitos pelo WhatsApp com o prefeito da cidade, Marcelo Lima (Podemos), conforme apurado pela Polícia Federal (PF).

Marcelo Lima foi alvo da Operação Estafeta, deflagrada na manhã de quinta-feira (14/8) pela PF, que resultou em seu afastamento do cargo por determinação da Justiça de São Paulo. Ele é investigado por participação em um esquema de corrupção envolvendo as secretarias de Obras e Saúde do município do ABC paulista e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

As investigações tiveram início no mês anterior, após a PF apreender R$ 14 milhões em espécie, entre reais e dólares, no apartamento de Paulo Iran Paulino Costa, assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e apontado como operador financeiro do prefeito. As conversas entre Paulo Iran e Marcelo Lima utilizavam códigos para tratar das supostas propinas.

Em diálogo com Beto Peralta, Paulo Iran confirmou o recebimento de R$ 100 mil e, em outra ocasião, mencionou a entrega de R$ 200 mil como “200 figurinhas”, segundo a PF. Beto Peralta estaria ligado a empresas como a Lara Central Tratamento de Resíduos, que mantém contrato com a prefeitura para manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana, recebendo cerca de R$ 174 milhões em 2025.

Outra conversa comprometedora envolve o corretor de imóveis Murilo Balarin, que teria entregue a quantia de R$ 400 mil ao operador, conforme comunicado a Marcelo Lima. Apesar da falta de detalhes sobre os serviços prestados por Murilo, a PF aponta que o uso de apelidos nas conversas indica um método para manejar e distribuir recursos de várias empresas.

Também há referência a Edimilson de Deus Carvalho, sócio da Terraplanagem Alzira Franco Ltda. O prefeito pergunta sobre ele e Paulo Iran confirma o pagamento de R$ 30 mil por meio do termo “ok 30 kilos”. Em outra troca, Edimilson confirma valores com “o chefe”, indicando um papel intermediário na cadeia de recursos.

A PF apurou que Paulo Iran pagava despesas pessoais da família de Marcelo Lima, incluindo cartões de crédito, contas telefônicas e a faculdade de medicina da filha do prefeito.

A manhã da quinta-feira foi marcada pelo cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em São Paulo e cidades da Grande São Paulo, como São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema. Foram quebrados sigilos bancário e fiscal dos investigados, com apreensões que incluem dinheiro em espécie e outros bens em residências e empresas envolvidas.

As medidas cautelares incluem afastamento de cargos públicos e monitoramento eletrônico, e os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.

Em comunicado, a Prefeitura de São Bernardo do Campo afirmou que colaborará com as investigações e reforçou que o episódio não impacta os serviços públicos da cidade.

A reportagem tenta contato com as defesas dos envolvidos para comentários.

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