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Oposição pernoita nos plenários do Congresso para impedir trabalhos

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Deputados e senadores da oposição passaram a noite nos plenários da Câmara e do Senado para manter a ocupação das mesas diretoras e impedir que os trabalhos legislativos fossem retomados. Durante a madrugada de quarta-feira (6), os parlamentares se revezaram no Congresso Nacional, deixando o local apenas às 6 horas da manhã.

A maioria dos opositores pertence ao Partido Liberal (PL) e protesta contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi decretada na segunda-feira (4). Para membros da base governista, essa medida é ilegal e poderia desencadear um novo ataque às instituições, semelhante ao ocorrido em 8 de janeiro.

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), convocaram reuniões com os líderes partidários para decidir como lidar com a ocupação das mesas.

A oposição demanda que seja pautada uma anistia geral e irrestrita para os condenados por tentativas de golpe de Estado, assim como deseja que seja discutido o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Alexandre de Moraes é o responsável pela ação contra Bolsonaro, acusado de liderar esforços para anular as eleições presidenciais de 2022, além de pressões sobre os comandantes militares. A denúncia também menciona planos para prender e assassinar autoridades, acusações negadas por todos os envolvidos.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi um dos parlamentares que passou a noite no plenário do Senado para demonstrar resistência à prisão do pai e contrariedade ao julgamento da tentativa de golpe.

“Estamos aqui às 4h44 da manhã e meu turno dura até as 6 horas. Nos revezamos para ocupar a mesa diretora, buscando colocar em pauta assuntos importantes para o Brasil”, afirmou em suas redes sociais.

Flávio Bolsonaro ainda comentou que a pauta da oposição poderia ajudar a reduzir as tarifas que os Estados Unidos impõem, atualmente em 50%, sobre cerca de 36% das exportações brasileiras, citando que uma das justificativas do ex-presidente Trump para essa tarifa elevada é o processo contra Bolsonaro.

Por outro lado, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), condena a ocupação e compara a ação aos acontecimentos de 8 de janeiro. Ele ressalta que essa paralisação bloqueia a votação de projetos, incluindo os que tratam da isenção do Imposto de Renda (IR).

“Trata-se de um golpe contínuo e chantagem para proteger Bolsonaro. Estão prejudicando milhões de brasileiros! Queremos votar propostas essenciais, como a isenção do IR, e eles estão colocando a população contra a parede”, declarou.

A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou um projeto que isenta do IR os cidadãos com renda de até dois salários mínimos, substituindo uma Medida Provisória do governo atual. Esse projeto ainda aguarda votação no plenário do Senado. Outro projeto aguardado na Câmara prevê isenção para quem recebe até R$ 5 mil reais.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, sem condenar a ocupação, cancelou a sessão do dia anterior e convocou uma reunião para efetuar a pauta de votações. Em suas redes, ele destacou que o Parlamento deve ser um espaço para diálogo e entendimento.

Davi Alcolumbre qualificou a ocupação como algo fora dos princípios democráticos e pediu serenidade e cooperação entre todos.

Ele anunciou que efetuará uma reunião de líderes para que prevaleça o bom senso e que as atividades legislativas retornem normalmente, garantindo que todas as correntes políticas possam se expressar legitimamente.

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