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Oposição propõe união a Netanyahu para salvar reféns em Gaza

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O líder de um partido da oposição em Israel, Benny Gantz, fez um convite ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no sábado à noite (23), sugerindo a formação de um governo de união nacional. O objetivo é facilitar a libertação dos reféns em Gaza e impedir que a extrema direita mantenha uma postura inflexível no comando.

Benny Gantz, ex-ministro da Defesa e líder do partido União Nacional (centro-direita), declarou: “Faço um apelo a Netanyahu, Yair Lapid e Avigdor Lieberman: é tempo de formar um governo para a libertação dos prisioneiros”.

Os reféns foram capturados durante o ataque do grupo islâmico Hamas em 7 de outubro de 2023, episódio que iniciou a guerra na Faixa de Gaza.

Dos 251 sequestrados naquele dia no sul de Israel, 49 permanecem em Gaza, dos quais 27 estariam mortos, conforme informado pelo exército israelense.

Atualmente, o governo de Netanyahu não detém maioria absoluta no Parlamento, após perder o apoio dos partidos ultraortodoxos asquenazes em julho. Assim, depende do apoio de aliados de extrema direita, que rejeitam qualquer acordo que envolva a libertação de reféns pelo Hamas e defendem a continuidade do conflito até a destruição total do movimento islâmico.

Yair Lapid, líder do principal partido da oposição, Yesh Atid (centro), tem 24 cadeiras no Knesset, o Parlamento israelense. Avigdor Lieberman, chefe do nacionalista Israel Beiteinu, possui oito assentos, mesma quantidade do partido de Benny Gantz. Somados aos 32 deputados do partido de Netanyahu, Likud (direita), esses grupos de oposição formam uma coalizão com maioria de 72 cadeiras (de 120) no Parlamento.

Proposta de governo e intenções

O governo sugerido por Benny Gantz começaria com a assinatura de um acordo para a liberação rápida dos reféns, além de implementar uma lei que permita a inclusão dos ultraortodoxos no serviço militar, prometendo, por fim, eleições em 2026.

Na sociedade israelense, há um movimento crescente para que a população ultraortodoxa cumpra o serviço militar obrigatório, atualmente suspenso para muitos, gerando um sentimento de exclusão entre os demais cidadãos. A saída dos ultraortodoxos do governo foi motivada justamente por divergências sobre esse tema.

Benny Gantz destacou: “O dever do nosso país é, acima de tudo, proteger a vida dos judeus e todos os cidadãos. Cada refém em risco poderia ser nosso filho ou seu”.

Por outro lado, ele não pediu o fim da guerra, afirmando que é necessário continuar combatendo o Hamas: “Os terroristas do Hamas que estão privando os reféns de comida devem ser eliminados, assim como os nazistas foram. Caçaremos esses inimigos até o fim. Mas antes de tudo, devemos salvar nossos irmãos”, disse o ex-chefe do Estado-Maior israelense.

A oferta de Benny Gantz foi feita sem consultas prévias a outros líderes políticos, e os líderes Netanyahu, Lapid e Lieberman ainda não comentaram publicamente.

Reações e contexto atual

Enquanto a proposta era apresentada, milhares de israelenses protestavam em Tel Aviv todas as noites de sábado, manifestando apoio aos reféns e pedindo a cessação do conflito para garantir sua libertação.

Yotal Cohen, irmão de um dos sequestrados que acredita estar vivo, criticou o primeiro-ministro: “Em vez de salvar vidas, Netanyahu condena os reféns à morte e nos arrasta para uma guerra eterna e sem sentido”.

Na última segunda-feira, o Hamas apresentou uma proposta de trégua, sugerindo um cessar-fogo inicial de 60 dias e a libertação dos reféns em duas fases, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos.

Na quinta-feira à noite, Netanyahu anunciou negociações imediatas para libertar todos os reféns e encerrar a guerra em termos aceitáveis para Israel, com o desarmamento dos grupos palestinos em Gaza, mas não mencionou diretamente a proposta do Hamas, intermediada pelo Egito, Catar e Estados Unidos.

O ataque do Hamas em 7 de outubro resultou em 1.219 mortos em Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais compilados pela AFP. Em retaliação, as ações israelenses em Gaza causaram a morte de 62.622 pessoas, também em sua maioria civis, conforme números do Ministério da Saúde local, governado pelo Hamas, e considerados confiáveis pela ONU.

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