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Oposição tenta enfraquecer governo Lula, afirma líder da maioria

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O embate entre o governo e a oposição continuará intenso no segundo semestre, especialmente devido à proximidade das eleições. É a visão do líder da maioria no Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Em conversa ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins, o senador aponta um desejo de “destruição” por parte dos adversários, mas acredita que a popularidade do governo pode melhorar com as entregas realizadas. “Quando os avanços forem reconhecidos pela população, essa mensagem chegará”, destaca.

O Congresso está prestes a entrar em recesso em um clima conturbado com o Executivo. A expectativa é de melhora neste cenário?

Gostaria de acreditar nisso, como brasileiro e parlamentar, mas não sinto que vá acontecer assim. O grupo opositor é forte e tem interesse em enfraquecer o governo visando as eleições de 2026. São aqueles que não trouxeram soluções em quatro anos, que foram contra a vacinação, os investimentos públicos nas universidades, a ciência e a pesquisa. Com a chegada de um novo governo que promove ações efetivas, isso gera desconforto. Eles querem se livrar das sanções que lhes são impostas. Espero que após o recesso haja mais tranquilidade, mas temo que não.

Sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS que deve ser instalada em agosto, qual a expectativa?

A CPMI é um instrumento legítimo, previsto na Constituição, especialmente para o papel da oposição. Porém, é importante que ela não se torne um instrumento político para fragilizar o governo. Nada precisa ser escondido; foram feitos esforços para enfrentar os problemas. Os escândalos anteriores não começaram neste governo. O governo Lula tem apoiado as investigações. Se a CPMI contribuir para as apurações, será positivo, mas se servir como palco político, será lamentável. O governo não teme essa investigação.

Houve polêmica sobre a derrubada do IOF, o governo acionando o STF e criticando o Congresso. Isso é um erro?

O governo não está atacando o Congresso, apenas exerce seu direito de questionar decisões do Legislativo. E o STF é o fórum adequado para resolver essas questões. Não há provocação ou conflito explícito.

E essa situação afeta a relação entre poderes?

O governo nunca teve maioria na Câmara, e mesmo no Senado a maioria é estreita. Na Câmara, há dependência de partidos que adotam estratégias com as quais não concordo. Essa dependência deve durar até a eleição, pois a oposição quer enfraquecer o governo, enquanto nosso objetivo é administrar. A maioria dos parlamentares não quer reconhecer isso.

Sobre as críticas à troca na articulação política do governo, da ex-ministro Alexandre Padilha para a ministra Gleisi Hoffman, a situação mudou?

A ministra não é responsável pelas dificuldades. A falta de maioria dificulta avanços rápidos. Alguns partidos não colaboram consistentemente. Apesar dos resultados positivos, como crescimento econômico de quase 7% e desemprego reduzido a 6,2%, muitos parlamentares não defendem o governo em seus estados. Isso é uma falha política.

Como mudar essa realidade?

É necessário perseverar. O cenário não é novo; desde a posse do presidente Lula já tínhamos essa configuração. A oposição busca atacar por diferentes motivos. A estabilidade do governo virá com a compreensão dos resultados pela sociedade, o que poderá gerar pressão sobre o Congresso.

Sobre o centrão, que não apoia reeleição do presidente Lula, por que continuam no governo?

É sabido e legítimo. Cada partido busca seus interesses. Porém, não é correto ficar no governo sem apoiar verdadeiramente. O Republicanos, PP e União Brasil já deixaram claro que não votarão na reeleição do presidente. O governo já tinha consciência disso e falhou em ajustar estratégias.

O MDB apoiará o governo só se ficar com a vice, hoje ocupada por Geraldo Alckmin (PSB)?

Alckmin foi fundamental na eleição do presidente Lula e é um importante colaborador com excelentes resultados no ministério da indústria. Caso surja uma oportunidade, o MDB pode propor nomes para a chapa majoritária, mas essa não é uma discussão atual.

O MDB acredita em federação com o Republicanos?

Não acredita, pois o MDB tem maioria que defende a continuidade do governo, enquanto a maioria do Republicanos é de direita, contrária ao presidente Lula. Isso dificultaria a formação de acordos para as eleições nacionais e estaduais. A decisão cabe ao presidente nacional Baleia Rossi.

E com outros partidos?

O MDB é forte, com 44 federais. A federação União Brasil e PP terá cerca de 107 deputados, PL tem 101 e o PT está próximo desse número. Apenas três partidos possuem entre 40 e 50 deputados: MDB, PSD e Republicanos. O MDB poderia buscar parcerias nessa faixa, mas não com o Republicanos. Parcerias com PSDB e Podemos teriam sido mais viáveis anteriormente.

O governo prefere eleger senadores ao invés de governadores. Essa estratégia dará certo?

A oposição deverá continuar majoritária na Câmara, mas no Senado é possível formar bancada mais favorável ao governo com esforço, já que 54 senadores serão eleitos. Há muito trabalho a ser feito neste e no próximo ano.

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