Do ponto de vista cognitivo, a experiência de perda pode levar a pessoa a apresentar quadro de descrença, confusão, déficit de memória e concentração; pensamentos obsessivos; sensação da presença; alucinações. Mudanças no comportamento social da pessoa em luto são manifestadas através de distúrbio de sono; perda/aumento de apetite; aumento no consumo de psicotrópicos, álcool e fumo; comportamento “aéreo”; isolamento social; da necessidade de evitar lugares, objetos, assuntos etc. que lembrem a pessoa que faleceu; do impulso de procurar e chamar pela pessoa; sonhos com o falecido; hiperatividade e inquietação.
Nem todos morrem em decorrência da evolução de uma doença crônica. Às vezes, a morte chega repentinamente. As pessoas podem falecer na mesa de operações, num acidente de avião, de carro, num assalto ou na sala de emergência do hospital. Nesse contexto, a morte súbita é um fator de risco importante para a complicação da experiência de luto. Isso também pode ocorrer quando familiares e cuidadores não aceitam a possibilidade de uma condição de doença grave poder ser fatal e não esperam pela morte do paciente quando ela acontece.
Os efeitos do período de luto sobre a saúde e até mesmo o risco de mortalidade em pessoas mais vulneráveis, como os idosos, por exemplo, são bem conhecidos e documentados. Embora a evidência seja demonstrada, pouco ou nada é feito para minimizar o risco de que problemas ameaçadores à vida possam ocorrer em pessoas em processo de luto. Por isso é muito importante lembrar que esse é um processo intenso e necessário, mas que o cuidado com a saúde da pessoa em luto, em todas as suas dimensões, é fundamental para que a dor vá embora e fique apenas o amor na forma da saudade. Se você perdeu alguém que ama muito, cuide-se como se a pessoa amada estivesse por aqui para sorrir para você.
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