Otan quer que todos os países gastem 2% do PIB com defesa

A Otan anunciou nesta quinta-feira (28, data local) que todos os seus membros deverão atingir este ano a meta de investir 2% do PIB em defesa, estabelecida anteriormente pela aliança. Além disso, estão se preparando para uma nova e mais alta meta.

Na declaração final da reunião de junho, em Haia, os 32 países que compõem a aliança concordaram em elevar os gastos com defesa para 5% do PIB até 2035.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi quem pressionou a definição desse compromisso, considerado crucial para que os EUA continuem apoiando a Otan.

Esse valor será dividido em 3,5% para despesas básicas de defesa e 1,5% para outras áreas, como infraestrutura e segurança cibernética.

Até então, a meta era 2%, fixada em 2014 e alcançada no ano passado por 22 membros.

A Otan divulgou uma nota afirmando que espera que todos os países atinjam esse objetivo até 2025, e que os gastos totais da aliança ultrapassem 1,5 trilhão de dólares (cerca de 8,1 trilhões de reais) naquele ano.

Alguns países que estavam atrasados, como Espanha, Bélgica e Itália, anunciaram planos emergenciais para chegar aos 2% antes da reunião em Haia.

Esse desafio demonstra a dificuldade que os países europeus terão para alcançar a nova meta de 5% do PIB.

Altos funcionários reforçam que os membros europeus precisam cumprir suas promessas para estarem preparados para uma possível ameaça da Rússia.

Exércitos e serviços de inteligência de países ocidentais alertam que Moscou poderia atacar um país da Otan nos próximos três a cinco anos se o conflito na Ucrânia terminar.

Os Estados Unidos, que têm defendido a segurança europeia desde a Segunda Guerra Mundial, buscam transferir mais responsabilidade para os países europeus em relação à defesa do continente.

Apesar de alguns países estarem atrasados nos gastos, membros da Otan próximos da Rússia, como Polônia e os Estados Bálticos, já se comprometeram a atingir a meta de 5% do PIB nos próximos anos.

Os Estados Unidos atualmente destinam 3,22% do PIB para defesa e representam a maior parte do investimento da aliança em termos de dólares.