Economia
Ouro recua com dólar forte e tranquiliza após susto com Fed

O contrato de ouro mais negociado teve queda nesta quinta-feira, 17, influenciado pela valorização do dólar no mercado internacional e pelo alívio entre os investidores após o presidente dos EUA, Donald Trump, negar qualquer intenção de substituir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Além disso, investidores analisaram dados positivos sobre varejo, emprego e construção nos EUA.
O ouro com vencimento em agosto subiu 0,41% na Comex, parte da bolsa de Nova York (Nymex), fechando a sessão em US$ 3.345,30 por onça-troy.
Na quarta-feira (16), Trump afirmou ser “altamente improvável” que substitua Powell, aliviando as preocupações sobre possível interferência política na autonomia do banco central americano. Esses comentários fizeram o preço do ouro subir durante o dia anterior.
Segundo a analista do MUFG, Soojin Kim, “mesmo com os mercados mais calmos após as declarações do presidente, a incerteza sobre possível interferência política no Fed permanece”.
Kim acrescenta: “qualquer tentativa de destituir Powell antes do fim do seu mandato em 2026 pode aumentar ainda mais a procura por ativos considerados refúgio seguro”.
Com os dados econômicos sólidos divulgados ontem nos EUA, as expectativas sobre cortes iminentes nas taxas do Fed diminuem, conforme afirma o ING. De modo similar, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que a política monetária atual está adequada e recomendou evitar cortes preventivos nos juros.
Daly qualificou como “uma possibilidade razoável” a chance de haver dois cortes nas taxas ainda neste ano.
Por volta das 14h30 (horário de Brasília), o mercado indicava setembro como o provável mês para uma flexibilização monetária por parte do banco central americano, com 53,9% de chance, segundo ferramenta do CME Group.
No cenário internacional, o Banco do Povo da China (PBoC) tem adquirido ouro físico para expandir suas reservas há pelo menos três anos. Crescem as especulações de que a China pode estar comprando ainda mais ouro de forma confidencial, visando diminuir sua dependência do dólar americano.

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