Ouro sobe na semana com dúvidas sobre independência do Fed

O ouro encerrou o pregão desta sexta-feira, 29, em alta, impulsionado pelo aumento da demanda pelo metal precioso diante das expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) possa reduzir as taxas de juros na reunião de setembro.

Durante a semana, o metal amarelo ganhou força em meio a um ambiente de incertezas sobre a autonomia do banco central americano, provocadas pela disputa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a diretora do Fed, Lisa Cook.

O contrato do ouro com vencimento em dezembro fechou em alta de 1,2%, cotado a US$ 1.516,10 por onça-troy na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex). A valorização semanal foi de 2,86%, e no acumulado do mês, o avanço chegou a 4,24%.

Pela manhã, o índice de preços de gastos com consumo (PCE), indicador preferido do Fed para medir a inflação, subiu conforme o esperado, e o mercado aumentou ligeiramente a probabilidade de um corte nos juros na próxima reunião do banco central, segundo a ferramenta de acompanhamento do CME Group. Em geral, reduções nas taxas de juros tendem a beneficiar o preço do ouro.

De acordo com a FxPro, a alta do ouro reflete os sinais do presidente do Fed, Jerome Powell, em relação a possíveis cortes nas taxas; a pressão política sem precedentes da Casa Branca contra o banco central; e os altos níveis contínuos de tensão geopolítica.

A corretora também observa que as tarifas de 50% impostas por Trump contra a Índia podem intensificar as divisões internacionais e incentivar o processo de desdolarização, o que reforça a tendência de valorização do ouro.

Segundo o Commerzbank, o conflito entre Trump e Lisa Cook está causando uma busca por investimentos considerados seguros, como o ouro. No entanto, o banco aponta que é pouco provável que o ouro mantenha a quebra de sua faixa recente de preços.