Ouro valoriza com compras de bancos centrais e dúvidas sobre comércio

O ouro encerrou o pregão desta segunda-feira, 03, em alta, superando a marca de US$ 4.000 por onça. Os investidores continuam atentos às declarações dos líderes do Federal Reserve (Fed) sobre as possíveis mudanças nas taxas de juros, além de manterem certa cautela devido às incertezas na política comercial dos Estados Unidos. O metal precioso também é beneficiado pela compra realizada pelos bancos centrais.

Na Comex, que é a divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em dezembro subiu 0,44%, fechando a US$ 4.014,0 por onça-troy.

O ING destaca que o mercado ainda está digerindo o acordo comercial recente entre os Estados Unidos e a China, que aliviou momentaneamente o mercado, porém não solucionou as divergências fundamentais entre os dois países, o que mantém o interesse pelo ouro. Por outro lado, o banco holandês ressalta que as expectativas por novos cortes nas taxas de juros pelo Fed em dezembro estão reduzidas, limitando a valorização do metal.

Nesta segunda-feira, o diretor do Fed Stephen Miran declarou que pretende apoiar uma redução de 50 pontos-base (pb) na reunião de dezembro, enquanto o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que ainda não tomou uma decisão definitiva sobre sua posição na próxima reunião de política monetária.

De acordo com o Saxo Bank, os principais fatores que mantêm a demanda pelo ouro — como as incertezas na política comercial dos EUA e a forte procura dos bancos centrais — continuam vigorosos. Contudo, o banco observa que o momento atual é incerto e o metal passa por uma fase de ajuste devido a obstáculos de curto prazo, incluindo a postura cautelosa do Fed.

“O cenário mudou da euforia para uma fase de reflexão”, explica a instituição. “Quando essa fase corretiva acabar, as mesmas forças que impulsionaram a alta neste ano provavelmente retornarão, abrindo caminho para nova valorização importante em 2026.”

Informações fornecidas pela Dow Jones Newswires.