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Oxxo e Kalunga envolvidas em operação que prendeu dono da Ultrafarma

As redes varejistas Oxxo e Kalunga são apontadas como suspeitas de participação em um esquema de corrupção fiscal bilionário, que resultou na prisão do empresário Sidney Oliveira, proprietário da Ultrafarma, junto com um diretor da rede Fast Shop e um auditor da Receita Estadual, durante uma operação realizada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) nesta terça-feira (12/8).
De acordo com os promotores, o principal articulador do esquema é o fiscal Artur Gomes da Silva Neto, supervisor da Diretoria de Fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda. Ele teria recebido cerca de R$1 bilhão em propinas desde 2021 para manipular créditos tributários em benefício das empresas envolvidas. Durante a operação, o MPSP encontrou em sua residência pacotes de esmeraldas e grandes quantidades de dinheiro.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã da segunda-feira, o promotor Roberto Bodini, do Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), afirmou que outras empresas podem ter se servido do mesmo esquema para liberação de créditos fiscais. Ele também declarou que o inquérito segue em investigação e, por isso, os nomes das companhias não foram divulgados oficialmente.
Um documento do MPSP, obtido pelo Metrópoles, revela que Artur Gomes da Silva Neto tem recebido propinas de outras grandes empresas, utilizando o mesmo método para benefícios em questões tributárias. A empresa Oxxo foi mencionada como exemplo, juntamente com a Kalunga e outras três companhias de porte menor.
O documento também informa que o fiscal recebeu um e-mail de uma empresa suspeita de intermediar propinas, referente às negociações para contratação de serviços tributários para o ‘Grupo NOS’, que é proprietário da rede de supermercados Oxxo.
Além disso, um assistente do auditor está citado como colaborador na organização dos documentos necessários para que essas empresas corruptoras solicitem a restituição dos créditos tributários de ICMS-ST.
Em um e-mail, consta ainda uma recusa de arquivo digital enviado pela Kalunga, e os promotores apontam que tudo indica que essa empresa também se beneficiava dos serviços do fiscal.
Segundo o esquema apurado, Artur Gomes da Silva Neto manipulava processos administrativos para facilitar a quitação irregular de créditos fiscais, favorecendo empresas como Fast Shop e Ultrafarma, que deixavam de recolher corretamente impostos para o estado de São Paulo. Em troca, ele recebia pagamentos mensais de propina, realizados por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.
Até o momento, a reportagem não obteve retorno das empresas Oxxo e Kalunga após tentativas por meio dos contatos disponíveis em seus sites. A Fast Shop declarou que está colaborando com as autoridades e ainda não teve acesso ao conteúdo completo da investigação. A Ultrafarma ainda não se manifestou sobre o caso.

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