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Padilha desiste de viagem a Nova York por restrições dos EUA

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cancelou sua ida a Nova York devido às restrições impostas pelos Estados Unidos que limitam sua circulação no país.
Embora a Casa Branca tenha autorizado a presença de Padilha na Assembleia-Geral da ONU em Nova York, ele não pôde se deslocar até Washington, onde teria participação na conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
— As condições são inaceitáveis. Sou ministro da Saúde do Brasil e tenho total capacidade para participar das atividades — afirmou Padilha em entrevista à Globo News — As limitações tornam inviável a minha participação nas funções necessárias.
Apesar de ter conseguido o visto para os EUA recentemente, Padilha enfrentaria restrições severas de circulação, diferentes das aplicadas a representantes de outros países como Síria, Rússia e Cuba.
Ele só poderia transitar em um raio de cinco quarteirões do local onde estivesse hospedado e se deslocar entre o hotel, a sede da ONU e representações brasileiras associadas ao organismo.
Na prática, não havia possibilidade de reverter essa decisão dos EUA, pois a ONU não tem autoridade para interferir nas políticas de concessão de vistos de um país. A entrada em um país é concessão soberana das autoridades locais.
Vale destacar que, apesar da sede da ONU estar em Nova York, juridicamente a área não é considerada território dos EUA, e um tratado de 1947 impede os Estados Unidos de barrar delegações oficiais da ONU.
Padilha foi o último da delegação a conseguir o visto americano. No mês anterior, o governo dos EUA cancelou os vistos da esposa e filha do ministro. Servidores do programa Mais Médicos também foram afetados, devido a alegações americanas sobre exploração de mão de obra.
O visto do ministro estava vencido desde 2024, e ele solicitou renovação em 18 de agosto. Indagado sobre a demora na concessão, Padilha respondeu:
“Não me importo. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu. Só quem deseja ir aos Estados Unidos fica preocupado com isso. Eu não tenho interesse em ir, nem sair do Brasil para fazer lobby contra o país.”
Ele ainda fez referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, insinuando que algumas pessoas usam o visto para agir contra os interesses nacionais.

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