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Padrasto admite ter colocado veneno em bolinhos que causaram morte de jovem de 19 anos

O padrasto de Lucas da Silva Santos, um jovem de 19 anos que faleceu após ingerir bolinhos de mandioca envenenados, confessou para a polícia ter colocado chumbinho nos alimentos. Em um áudio obtido pelo Metrópoles, Admilson Ferreira dos Santos, que foi preso na quarta-feira passada (16/7), revelou que ofereceu os bolinhos para toda a família, declarando que “Lucas foi o que mais sofreu”.
No interrogatório, o homem contou que tentou se suicidar provando um pouco do bolinho contaminado. Ele mencionou que comprou um pote de creme de leite para preparar os bolinhos, onde misturou a substância tóxica e molhou o alimento antes de consumir. Ao sentir a boca ardendo, ele também ofereceu os bolinhos para seus enteados e para sua esposa.
“Fui atrás de um potinho de creme de leite para os bolinhos. Coloquei o creme de leite, acrescentei um pouco do chumbinho e coloquei na boca: cortou minha boca. Dei um pouco para o Lucas, um pouco para o Tiago e um pouco para ela [esposa].”
Quando questionado sobre onde obteve o veneno, o padrasto admitiu que pediu para a esposa comprar chumbinho em uma loja de Diadema, cidade próxima de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, onde a família reside. Com o chumbinho em mãos, ele misturou o raticida em um pote de creme de leite e ofereceu para a família comer.
“Dei um pouco para o Lucas, dei um pouco para o Thiago, e dei um pouco para ela (esposa). Todos os quatro ‘comeram’.”
Admilson relatou que o chumbinho foi comprado por R$ 25 e denunciou o comerciante que vendeu o raticida. O responsável pela venda foi preso na semana passada, confessou comercializar o produto proibido no Brasil e posteriormente foi liberado pela Justiça após audiência de custódia.
O velório de Lucas da Silva Santos ocorreu na tarde de terça-feira (22/7), em São Bernardo do Campo.
Padrasto preso e acusado de abusos sexuais
Admilson Ferreira dos Santos foi detido na última quarta-feira (16/7) como principal suspeito de ter envenenado o bolinho ingerido pelo jovem.
Em entrevista coletiva, a delegada responsável pelo caso, Liliane Doretto, relatou que recebeu denúncias de dois irmãos de Lucas que afirmaram que o padrasto abusou sexualmente deles durante a infância, entre 4 e 9 anos, ao longo de vários anos.
Qualificadores do homicídio
Em entrevista ao Metrópoles, a delegada explicou que o inquérito de homicídio contra Admilson inclui três qualificadores: motivo torpe, uso de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O primeiro qualificativo está relacionado ao crime ter sido motivado por sentimentos de ciúmes, controle e rejeição, caracterizando um valor moral reprovável.
O segundo agravante refere-se ao emprego do veneno, pois o suspeito utilizou substância tóxica misturada na comida consumida por Lucas, configurando uma forma traiçoeira de execução.
O terceiro agravante considera que o envenenamento ocorreu sem qualquer sinal de alerta ou ameaça, impedindo a reação do jovem.
A investigadora destacou que não existem denúncias policiais anteriores de abusos porque o suspeito exercia controle emocional sobre as vítimas, incluindo Lucas.
O caso é tratado como crime passional, pois Admilson teria envenenado o jovem com o intuito de evitar que ele saísse de casa. Essa premeditação ficou evidenciada em mensagens do suspeito expressando insatisfação com a possibilidade de saída do enteado.
Bolinhos enviados pela tia do jovem
Lucas passou mal cerca de 30 minutos após consumir bolinhos de mandioca que foram enviados por sua tia, Cláudia Pereira dos Santos, irmã de Admilson, na noite de 11 de julho.
No início das investigações, Cláudia foi apontada como principal suspeita por ter enviado os alimentos. Familiares do jovem negaram ter boa relação com ela, mas a tia afirmou à polícia que mantinha uma boa relação, embora estivessem um pouco afastados.
Cláudia confirmou ter enviado cinco bolinhos para a casa de seu irmão, negando veementemente qualquer intenção de envenená-los.
Em coletiva, ela relatou que Admilson pediu para que ela preparasse os bolinhos. Ela declarou que gosta de cozinhar e que faz pratos diferentes como um passatempo. Sua filha de 9 anos foi quem levou os bolinhos até a casa do irmão com todo amor e carinho.

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