Padrasto será julgado por assassinato brutal de Larissa Manuela

A Justiça de São Paulo acatou nesta terça-feira (22/7) a acusação feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) contra Diego Antonio Sanches Magalhães, declarando-o réu pelo crime de feminicídio envolvendo uma menor de 14 anos. Ele admitiu ter assassinado sua enteada de 10 anos, Larissa Manuela, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

Segundo o MPSP, o crime foi classificado como praticado com meio cruel e mediante recurso que impediu a defesa da vítima. O magistrado Fábio Calheiros do Nascimento, responsável pela 2ª Vara Criminal, ordenou a prisão do acusado.

A Justiça também solicitou exame de sanidade mental para Diego Antonio, após relatos de problemas psicológicos e suspeita de tentativa de suicídio pelo investigado.

Além disso, o Ministério Público pediu a fixação de uma indenização no valor de R$ 100 mil que deverá ser paga pelo acusado à família de Larissa, incluindo seus pais e irmão.

Confissão do crime

Durante o depoimento obtido pelo Metrópoles, Diego relatou que, no dia do crime, retornou da casa de um tio em São Sebastião, no litoral paulista, e foi até a residência onde a criança estava. Ele sabia que a porta estava entreaberta e que Larissa Manuela estava sozinha em casa. Ao chegar, encontrou a menina acordada deitada na cama debaixo da beliche.

Diego questionou a enteada se a mãe dela havia saído com alguém durante sua ausência. Larissa disse que sim, sem detalhar se era homem ou mulher, e em seguida chamou o padrasto de corno, segundo a confissão.

Após esse comentário, o acusado perdeu o controle e jogou a menina no chão. Em seguida, pegou uma faca na cozinha, localizada no armário superior, e desferiu várias facadas contra a criança.

Ele acredita que Larissa tenha morrido com o primeiro golpe, pois ela não resistiu. Sobre as facadas posteriores, ele não recorda o motivo.

Contexto da relação familiar

Diego mencionou ter sofrido uma traição em um relacionamento anterior, o que o levou a buscar apoio de familiares e da igreja, e enfrentou uma tentativa de suicídio.

Ele conheceu a mãe de Larissa Manuela, Adenuzia Silva Santos, em um sítio, e ela sabia dos traumas do parceiro. O relacionamento com os filhos dela era relatado como positivo, sem atitudes agressivas ou discussões.

Nos dias anteriores ao crime, Diego estava enfrentando dificuldades pessoais e recebeu uma bronca da companheira para se responsabilizar mais, motivando sua ida à casa de um tio em São Sebastião sem avisar ninguém.

Por não ter comunicado a saída, Adenuzia cobrou maior comprometimento, o que deixou Diego pensativo, levando-o a voltar no dia seguinte, quando encontrou Larissa e se deu início à tragédia.

Após o crime

Depois de cometer o crime, Diego saiu da residência e percebeu que não tinha marcas de sangue em si, mas precisou retornar para buscar o celular esquecido no local.

Ele foi visto mexendo em uma lixeira, porém negou ter descartado a arma do crime ali, afirmando que a descartou em outra lixeira na mesma rua.

No trabalho, ele estava com roupas usadas no dia do crime e fez troca parcial durante o expediente. No almoço, trocou totalmente as roupas e calçados usados, descartando o tênis, mas mantendo o cadarço, que foi utilizado para amarrar uma antena.

Detalhes do crime

Larissa Manuela Santos de Lucena, de 10 anos, foi encontrada morta pela mãe dentro da casa da família em Barueri no dia 12 de junho, com ferimentos de faca no pescoço e tórax.

Ela passou o dia sozinha, já que o irmão mais velho estava viajando e a mãe saiu para trabalhar. A porta da casa não estava trancada, apenas encostada, o que facilitou o acesso.

O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para exames necroscópicos. A Polícia Civil investiga o caso com base nas evidências, imagens de câmeras de segurança e depoimentos.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) classificou o caso como homicídio, em apuração pelo 1º Distrito Policial.