Padre Júlio Lancellotti enfrenta críticas e suspensão de transmissões pela Igreja em São Paulo

Padre Júlio Lancellotti é conhecido pelo seu trabalho em defesa da população em situação de rua na cidade de São Paulo, especialmente na região da Mooca, onde é pároco da igreja de São Miguel Arcanjo. Recentemente, ele se tornou alvo frequente de críticas por parte de políticos e grupos de direita na cidade.

No último domingo (14/12), padre Júlio anunciou que deixará de transmitir suas missas pelas redes sociais, após uma determinação do cardeal arcebispo Dom Odilo Scherer, da Arquidiocese de São Paulo, que proibiu tais transmissões. Mesmo assim, as celebrações continuam normalmente, faixa-horária sendo aos domingos às 10h na Capela da Universidade São Judas – Mooca.

Essa decisão gerou reações diversas, com o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) comemorando a medida, afirmando que Lancellotti não usará mais a Igreja como plataforma política. Rubinho já havia tentado instaurar Comissões para investigar ONGs ligadas à população de rua, incluindo aquelas coordenadas por padre Júlio.

O trabalho de padre Júlio também já gerou embates com o vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um episódio recente, eles discutiram acaloradamente sobre a presença de dependentes químicos em um bairro da zona leste da cidade, onde o vice-prefeito culpava padre Júlio pelo agravamento da situação.

Em 2020, durante o início da pandemia, padre Júlio Lancellotti foi vítima de uma tentativa de difamação por integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), que espalharam um vídeo falso com acusações graves contra ele. Posteriormente, os envolvidos admitiram a falsidade do material, e o caso foi arquivado pelos órgãos competentes e pela Arquidiocese.

Apesar das dificuldades recentes, padre Júlio reafirma seu compromisso com a Arquidiocese de São Paulo e a missão de apoio às pessoas em situação de rua, mantendo sua atuação dentro da comunidade e com a população mais vulnerável.