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Pai se muda e menino que chorou após decisão de juiz não vê a mãe
A mãe do menino de 6 anos que ficou conhecido por chorar em um vídeo após saber que teria de voltar a morar com o pai, em Capivari (SP), disse que não vê o filho há mais de um mês. Rosilene Batista Silva contou ao G1 que tentou visitar Samuel nos dias 13 e 14 de fevereiro, conforme prevê a guarda garantida pela Justiça, mas ao chegar no local descobriu que a família paterna havia se mudado. O Conselho Tutelar da cidade confirmou que o pai levou o menino para Campinas (SP).
O advogado do pai do menino, João Guilherme Grous, disse que a criança está “super bem” e que há um vídeo em seu perfil nas redes sociais que confirma a informação. “Pode ver lá. Está tudo bem com o menino, ele está frequentando escola normalmente.”
Grous admitiu que a mãe de Samuel não foi informada da decisão, entretanto, afirmou que não foi proposital. “Em momento algum a gente teria feito isso com motivo de ela não encontrar o menino. Só que, diante da situação, ela não tem condições de ir à casa dele e pegar essa criança para visitar. Diante da repercussão que causou, ela não tem condição de ir na porta da casa dele com os amigos dela para buscar essa criança.”
Por outro lado, o advogado contou que telefonou à Rosilene para “proporcionar outro local para ela visitar, ficar com a criança”, mas ela disse que não tinha condições no momento. “Mais para frente talvez ela venha e nós proporcionaremos essa visita, desde que a visita seja ela e a filha dela, e não os amigos”, afirmou.
Ajuda profissional
Questionado se o garoto pergunta pela mãe, João Guilherme Grous disse que sim. “Ele pergunta se a mamãe está boa e a gente diz que está tudo bem. É suficiente”, relatou. “Ele nem gosta que fale desse assunto perto dele, e a gente evita ao máximo falar. Nós o levamos ao médico, ao Conselho Tutelar, fizemos nossa parte, buscando o melhor para o menino.”
Para o advogado, Rosilene deveria procurar ajuda profissional. “Consultar um psicólogo ou psiquiatra para que ela passe a ter condições psíquicas para realizar as visitas, para que ela não venha cometer um caso desses novamente”, disse.
“Não estou falando que ela tem problemas psicológicos. É como uma pessoa que se casa, faz um monte de besteiras e quer casar de novo. Será que a pessoa está preparada para isso? Será que não é melhor avaliar os erros e as condições positivas antes, para não dar nova cabeçada? Recomendei isso ao meu cliente e acho que ela deveria fazer o mesmo.”
‘Estou muito aflita’
Rosilene, por sua vez, afirmou que não vê e nem fala com o filho há mais de um mês, e disse sentir que o menino está sofrendo. “Espero que resolva logo essa situação para trazer meu filho de volta o mais rápido possível”, desejou.
“O pai mudou de cidade desde dezembro de 2015 e não forneceu endereço, não atende minhas ligações. O pai descumpriu uma ordem judicial proibindo meu filho de me ver e falar comigo. Estou muito aflita, pois não tenho notícias de onde ou como ele está. O pai se mostra uma pessoa boa a todos, porém dentro de casa era outra coisa.”
Conselho Tutelar
A conselheira tutelar de Capivari Evanilde Barbosa confirmou que o pai do menino se mudou com o filho para Campinas no mês passado, porém, ela disse que não pode dar mais detalhes, uma vez que o caso corre em segredo de Justiça.
Sem autorização
No início de fevereiro, Grous afirmou que as imagens de Samuel chorando após a audiência que determinou que ele deveria voltar a morar com o pai são ilegais. A gravação circulou nas redes sociais, causou comoção e atos de protesto. Em nota, o advogado informou que comunicaria a Justiça de Brasília (DF) para que fossem tomadas as devidas providências.
A criança havia passado os últimos quatros meses com a mãe, Rosilene Batista Silva, em Riacho Fundo, que disse ter ido buscá-lo depois que a cunhada contou que o menino sofria maus-tratos em Capivari, onde morava com o pai.
No entanto, um juiz de Brasília determinou, no dia 28 de janeiro, que o garoto ficasse com o pai.Segundo o Conselho Tutelar de Capivari, ambos voltaram para o interior paulista na mesma noite e a criança está bem.
Grous afirmou que a criança foi entregue ao pai, em acordo com a lei, e alegou que seu cliente não teve acesso às informações divulgadas na internet e nas redes sociais nos dias seguintes, porque viajava nesse período.
Visita garantida
Atualmente, a mãe tem a guarda de visita do menino garantida pela Justiça. Ela disse que poderia vê-lo a cada 15 dias e falar quando quiser. “Isso é alienação parental”, sugeriu sobre não poder conversar com a criança. “Mas é típico dele. Quando ele estava morando em Capivari era essa a minha realidade. Eu era impedida o tempo inteiro de falar com ele. Não sei o que ele teme.” A mãe disse na época que entraria com recurso, a fim de tentar reaver a guarda do filho.
Agressões
O casal viveu junto durante um ano, e Rosilene disse que só deu a guarda do filho ao homem, em 2012, porque ele a ameaçou de morte. Ela contou que levou o menino para Brasília sem consultar o pai após procurar orientação jurídica, e conseguiu a guarda provisória em setembro. A mulher também alegou que registrou queixas contra agressões sofridas por parte do ex-marido, mas que as retirou por medo da reação dele.
Petição
Pouco mais de 24 horas depois de o vídeo começar a circular na internet, usuários de redes sociais criaram uma petição online para pedir ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal voltar atrás na decisão. A campanha pede ainda que as pessoas mandem e-mails ou liguem para o órgão.
Já no Facebook, internautas comovidos com as imagens criaram uma página intitulada “Ajudem o Samuel”, em apoio ao menino. Na rede social, mães publicaram fotos de seus filhos com a frase #somostodossamuel escritas nos braços das crianças. Os internautas pedem que o garoto volte para a mãe.
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