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Pais de crianças surdas fazem ato por falta de repasse a entidade no DF
Um grupo de pais de crianças surdas e funcionários do Centro Educacional de Audição e Linguagem Luduvico Pavoni (Ceal), na quadra 909 Norte, em Brasília, realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (26) em frente à Secretaria de Saúde do Distrito Federal devido à falta de repasses para a instituição.
Segundo uma servidora do local, Adriana Albuquerque, o governo distrital não repassa dinheiro para o centro desde agosto do ano passado. “Estamos sem receber o valor o convênio e infelizmente o Ceal vai fechar se não tiver o repassse, porque não tem como manter o atendimento.”
Adriana disse que o Ceal atende 270 pessoas e conta com profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos. Segundo ela, há um convênio de 2013 com o governo dedicado ao atendimento de crianças com deficiência intelectual e autistas que nunca recebeu repasses.
“A equipe de pessoas especializadas foi contratada, mas como o acordo nunca acabou de ser assinado, ela não pode atender. Os profissionais vão para o Ceal, mas ficam só na pesquisa e outras áreas”, disse.
A Secretaria de Saúde informou que a dívida referente a 2014 é de R$ 719 mil e que repassará o valor para o Ceal até o final da próxima semana. A pasta também falou que em janeiro foram repassados R$ 156.221,10 para cobrir as despesas do mês. O pagamento de fevereiro será realizado assim que o centro apresentar a nota dos serviços prestados.
Pacientes prejudicados
A enfermeira Vanessa Cavalcante, mãe de Giovanna, de 7 anos, que tem deficiência auditiva e frequenta o centro de segunda a quinta-feira, afirmou que se a instituição parar de atender, não há para onde levar a filha. Giovanna conta com sessões com fonoaudiólogos e psicólogos, reforço escolar, natação e lanches.
“Não tem uma referência assim para pessoas com deficiência auditiva em Brasília hoje. Minha filha não teria condições de frequentar uma escola particular. O que será dela?”
Isadora Bifi, de 2 anos, participa do projeto “Aprendendo a escutar” desde que foi diagnosticada com surdez pelo centro aos 6 meses. O Ceal forneceu um aparelho auditivo e promove o programa para ensinar crianças a se comunicarem.
“A criança com a deficiência demora muito a aprender a falar, e esse projeto ajuda ela a se comunicar. Ela tem aulas especiais, fono, aula de artes, contação de história e sessões de psicomotricidade e terapia ocupacional. É importantíssimo”, falou a mãe de Isadora, Gabriela Bifi. “Os profssionais estão atendendo por amor. Recebem doações e se mantêm com isso, mas chegou um momento que não tem de onde tirar recursos.”
Fonte: G1
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