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Palestino de documentário vencedor do Oscar é morto na Cisjordânia, diz diretor

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Odeh Hadalin, um ativista palestino conhecido por seu envolvimento contra as demolições ordenadas por Israel e por sua participação no documentário premiado com o Oscar Sem Chão, foi assassinado nesta segunda-feira, 28, após ser atingido por um disparo feito por um colono israelense na vila de Umm al-Kheir, na Cisjordânia. A confirmação veio de Yuval Abraham, um dos diretores do filme.

De acordo com Abraham, os moradores locais identificaram o autor do tiro como Yinon Levi, um colono israelense que já sofreu sanções da União Europeia e dos Estados Unidos. A morte de Hadalin, que também atuava como professor e era pai de três crianças, reacende a atenção global para o aumento da violência entre colonos e palestinos no território ocupado.

A cidade de Hebron, próxima ao local do ataque, é uma das áreas mais tensas na Cisjordânia, onde mais de 140 assentamentos israelenses continuam a crescer, abrigando cerca de 450 mil colonos. A comunidade internacional considera estas construções ilegais por estarem em terras palestinas ocupadas.

Reação e denúncias

A morte de Hadalin gerou forte comoção entre ativistas e políticos. O deputado israelense Ofer Cassif, crítico do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, expressou pesar pelo ocorrido e destacou o papel de Hadalin como uma voz de resistência na região.

Logo após o ataque, Yuval Abraham usou as redes sociais para relatar o incidente: “Um colono israelense acabou de atirar nos pulmões de Odeh Hadalin, um ativista importante que nos ajudou a produzir Sem Chão em Masafer Yatta”. Horas depois, anunciou a morte: “Odeh acabou de morrer. Foi assassinado.”

Violência contra a equipe do filme

Esse não foi o primeiro ato de violência contra membros do documentário Sem Chão. Em março, o codiretor palestino Hamdan Ballal foi violentamente atacado por colonos israelenses e detido pelas Forças de Defesa de Israel na Cisjordânia.

Testemunhas afirmam que Ballal sofreu agressões físicas, foi algemado, vendado e espancado por soldados enquanto estava no chão dentro de uma base militar. O ataque teria começado quando colonos judeus tentaram roubar ovelhas dos palestinos na cidade de Susiya.

Ballal foi liberado no dia seguinte, mas o episódio suscitou indignação entre os defensores dos direitos humanos e evidenciou os abusos cometidos por colonos sob a proteção do exército israelense.

Sem Chão

O documentário Sem Chão retrata o cotidiano dos habitantes de Masafer Yatta, uma área declarada zona de treinamento militar com fogo real pelo exército israelense desde os anos 1980. A obra é dirigida por quatro cineastas: os palestinos Hamdan Ballal e Basel Adra, e os israelenses Yuval Abraham e Rachel Szor.

O filme mostra a luta contra a expulsão forçada de cerca de mil palestinos, em sua maioria beduínos árabes, que vivem sob constante risco de remoção. Apartamentos, plantações, reservatórios de água e tendas são frequentemente destruídos pelos militares, enquanto os moradores enfrentam a ameaça iminente de uma remoção completa.

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