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Palestinos protestam contra destruição de casas em campos da Cisjordânia

Mais de cem palestinos que tiveram que deixar suas casas devido a uma ação militar israelense na Cisjordânia se reuniram na quarta-feira (9) na cidade de Tulkarem para demonstrar contra a demolição de residências feita pelo Exército de Israel.
Nestes últimos meses, vários prédios residenciais foram derrubados pelas forças israelenses nos dois campos de refugiados localizados próximos a essa cidade no nordeste dos Territórios Palestinos.
Está previsto que outras 100 casas sejam destruídas nas próximas semanas.
O governo de Israel explicou que a ação iniciada há meses no norte da Cisjordânia visa eliminar locais considerados redutos de grupos armados palestinos que combatem Israel.
Nihaya al-Jundi, deslocada do campo de Tulkarem e participante do protesto, afirmou: “O que ocorreu hoje é um recado claro da comunidade dos campos para exigir seu direito: o direito de retornar ao campo e de impedir os ataques e a destruição das casas”.
Os manifestantes também pediram o auxílio das autoridades palestinas e da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), a qual historicamente oferece serviços de saúde, educação e apoio aos deslocados.
Durante o protesto, mulheres e crianças do campo de Tulkarem exibiam cartazes pedindo o fim das demolições e assistência para moradia aos afetados.
Faisal Salama, líder do comitê popular do campo de Tulkarem, declarou à AFP: “O protesto buscava reivindicar direitos legítimos – direitos humanos e sociais – como ajuda alimentar, moradia, atendimento médico e medicamentos, e que a UNRWA e o governo palestino assegurem a provisão de ajuda humanitária”.
Moataz Abu Shala, mulher desalojada do campo de Nur Shams, próximo a Tulkarem, destacou que seu maior desejo é retornar para casa.
“Não queremos ajuda alimentar, doações, caravanas ou qualquer esmola. Queremos voltar para nossa terra em Nur Shams”, afirmou.
Na semana passada, o Exército de Israel anunciou que demoliria mais 104 construções no campo de Tulkarem como última fase de uma operação iniciada em janeiro durante uma trégua na guerra de Gaza.
A ação militar teve início com uma incursão em Jenin, no norte da Cisjordânia, antigo reduto de militantes palestinos, e rapidamente se estendeu para outras cidades, incluindo Tulkarem, causando o deslocamento de pelo menos 40.000 pessoas, segundo dados das Nações Unidas.

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