Panamá tenta acordo para retorno da empresa americana

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, estará reunido no Brasil com representantes da empresa americana de bananas Chiquita Brands para negociar um acordo que permita a retomada das atividades da companhia no país. A Chiquita interrompeu suas operações e dispensou todos os seus funcionários após uma greve, conforme informou um ministro na segunda-feira (18).

A Chiquita Brands, que empregava mais de 6 mil pessoas na região de Changuinola, na província caribenha de Bocas del Toro, demitiu os trabalhadores depois de protestos que causaram paralisação parcial da área.

O ministro de Comércio e Indústrias, Julio Moltó, declarou que o governo espera fechar um acordo depois do encontro que o presidente Mulino terá com representantes da Chiquita no Brasil durante uma viagem a partir de 28 de agosto.

Segundo Moltó, as negociações progridem bem, e há perspectiva de concretizar um acordo vantajoso para o retorno da empresa ao Panamá. O motivo da reunião no Brasil não foi esclarecido pelo ministro.

Julio Moltó ressaltou que o regresso da empresa ao mercado deverá acontecer de forma gradual e avaliada, levando em conta os prejuízos sofridos e a necessidade de recontratar funcionários. A Chiquita também busca garantias para evitar bloqueios de rotas durante possíveis futuras manifestações.

A greve, iniciada em 28 de abril contra uma reforma na previdência que retirou alguns benefícios dos trabalhadores, foi encerrada após acordo com o governo panamenho que restaurou esses direitos.

Durante os protestos, que duraram até o final de junho, trabalhadores bloquearam mais de quarenta pontos na província de Bocas del Toro, gerando falta de suprimentos essenciais na região turística.

A empresa relatou que a paralisação, considerada ilegal por decisão judicial trabalhista, resultou em perdas financeiras na ordem de mais de 75 milhões de dólares, com alguns veículos de comunicação estimando valores acima de 100 milhões.