Papa Leão XIV altera regras financeiras do Vaticano

Papa Leão XIV flexibilizou nesta segunda-feira (6) as normas do Vaticano sobre investimentos financeiros, revogando uma reforma implementada por seu predecessor, Francisco.

Em um Motu Proprio, uma alteração legal, o papa revogou uma diretriz de Francisco de 2022, que estabelecia que o Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o “banco do Vaticano”, principal instituição financeira da Santa Sé, deveria ser o único responsável pela gestão dos ativos financeiros e da liquidez da Santa Sé.

Essas mudanças haviam sido ordenadas por Francisco após uma série de escândalos financeiros, incluindo uma operação imobiliária malsucedida em Londres.

O documento atual determina que os investimentos financeiros devem seguir a política do Vaticano nesta área.

A Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa), que funciona como um fundo soberano do Vaticano, deve em geral utilizar o Banco do Vaticano.

No entanto, há uma exceção quando os órgãos competentes consideram que é mais eficiente ou prático usar intermediários financeiros localizados em outros países, conforme expresso no documento.

O Vaticano não explicou os motivos dessa alteração, mas o papa Leão XIV afirmou anteriormente que as finanças da cidade-Estado não estão na situação crítica que muitos suspeitavam.

“Algumas pessoas fazem muitas afirmações sobre a situação financeira do Vaticano. Não é a crise que nos fizeram acreditar”, declarou o pontífice em uma entrevista recente.

A situação melhorou claramente nos últimos dez anos, graças às reformas promovidas por Francisco.

O papa Leão parece indicar com este Motu Proprio que, em primeiro lugar, não há uma falta severa de liquidez na Santa Sé.

Além disso, demonstra confiança na capacidade dos diferentes departamentos do Vaticano para retomar a administração de suas próprias carteiras de investimentos, conforme era feito anteriormente, disse o especialista do Vaticano Ed Condon, redator-chefe do site de notícias católico The Pillar, em entrevista à AFP.