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Papa Leão XIV celebra sete novos santos

Papa Leão XIV proclamou neste domingo (19) a canonização de sete novos santos, destacando-se o médico José Gregorio Hernández e a freira Carmen Rendiles, os primeiros venezuelanos a serem reconhecidos como santos.
Em Caracas, fiéis se reuniram durante a madrugada para assistir emocionados à cerimônia transmitida diretamente do Vaticano.
Além dos venezuelanos, foram santificados o italiano Bartolo Longo, que após praticar rituais satânicos converteu-se ao catolicismo; o primeiro santo de Papua-Nova Guiné, Peter To Rot; o bispo armênio Ignazio Choukrallah Maloyan; e as freiras italianas Vincenza Maria Poloni e Maria Troncatti.
Na Praça de São Pedro, grandes retratos dos sete novos santos foram exibidos quando o papa saiu da basílica vestindo uma batina branca cerimonial, acompanhado por bispos e cardeais também trajados de branco.
O cardeal Marcello Semeraro, que é o prefeito do dicastério para as Causas dos Santos, anunciou os perfis dos novos santos, recebendo aplausos dos 55.000 presentes no Vaticano.
Em seguida, o Papa Leão XIV proclamou oficialmente a canonização, com um decreto que os declara santos.
“Que a intercessão deles nos ajude nas dificuldades e seus exemplos nos inspirem na busca pela santidade”, disse o pontífice em sua homilia.
Para ser canonizado, uma pessoa deve cumprir três requisitos: ter ao menos dois milagres atribuídos, ter falecido há cinco anos ou mais e ter conduzido uma vida cristã exemplar.
José Gregorio Hernández Cisnero, já muito venerado na Venezuela, nasceu em 26 de outubro de 1864 em Isnotú, região andina do estado de Trujillo. Estudou medicina em Caracas, se formando em 1888. Ele fundou a Academia Nacional de Medicina e combateu a epidemia de gripe espanhola que matou 1% da população local.
Conhecido por suas habilidades médicas milagrosas, atendia pacientes carentes gratuitamente e, quando necessário, até ajudava financeiramente para a compra de remédios.
Faleceu em 1919 e sua imagem é parte da cultura popular venezuelana, sendo imitada em vestimentas por devotos como ato de fé. Uma estátua de nove metros está em construção no estado de Carabobo em sua homenagem.
Carmen Elena Rendiles, primeira santa nascida na Venezuela, foi uma freira que fundou a Congregação das Servas de Jesus. Nascida em 1903 sem o braço esquerdo, faleceu em 1977.
Santificados incluem três mulheres
Entre os sete canonizados, três são mulheres: além de Rendiles, foram santificadas também Vincenza Maria Poloni, fundadora no século XIX do Instituto das Irmãs da Misericórdia de Verona, e Maria Troncatti, freira das Filhas de Maria Auxiliadora que dedicou sua vida no Equador ajudando populações indígenas.
O papa também declarou santo o ex-advogado italiano Bartolo Longo, apelidado de “sacerdote satânico” por seu passado ocultista e anticlerical, mas que depois converteu-se e fundou o Santuário da Beata Virgem do Rosário de Pompeia.
Peter To Rot, primeiro santo de Papua-Nova Guiné, foi um catequista leigo assassinado durante a ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial.
Ignazio Choukrallah Maloyan, bispo armênio santificado, também foi martirizado, morto em 1915 pelas forças turcas.
Esta é a segunda canonização realizada até o momento pelo Papa Leão XIV desde sua posse como chefe da Igreja Católica em 8 de maio.
No mês anterior, ele declarou santos os italianos Carlo Acutis, jovem conhecido como “o influenciador de Deus” falecido em 2006, e Pier Giorgio Frassati, reconhecido por seu exemplo de caridade antes de morrer aos 24 anos, em 1925.

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