Cidade do Vaticano – O papa Francisco fez nesta segunda-feira, data em que se recorda os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, um “apelo sincero” para que todos os que tenham responsabilidades institucionais façam dos direitos humanos o centro das ações políticas, em um momento em que o tema é, segundo ele, continuamente ignorado.
“Desejo, nesta ocasião, dirigir um forte apelo a todos os que têm responsabilidades institucionais, para que coloquem os direitos humanos no centro de todas as políticas, incluindo as de cooperação para o desenvolvimento, mesmo quando isso signifique ir contracorrente”, afirmou o pontífice na mensagem que escreveu para abrir a conferência internacional sobre o tema organizada pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e que foi lida pelo cardeal Peter Appiah Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano.
No texto, Francisco afirmou que “várias contradições” são vistas diariamente e que isso gera a pergunta de que se de fato “a igual dignidade de todos os seres humanos, solenemente proclamada há 70 anos, é reconhecida, respeitada, protegida e promovida em todas as circunstâncias”.
Conforme ressaltou, existem atualmente muitas formas de injustiça, “alimentadas por visões antropológicas redutivas e por um modelo econômico baseado no lucro, que não hesita em explorar, descartar e até matar o homem”. E defendeu: “enquanto uma parte da humanidade vive em opulência, outra parte vê sua própria dignidade renegada, desprezada ou pisoteada e seus direitos fundamentais ignorados ou violados”.
O papa lembrou ainda todos os que vivem “em um clima dominado pela desconfiança e pelo desprezo, que são submetidos a atos de intolerância, discriminação e violência por causa de sua raça, etnia, nacionalidade ou religião”, enquanto alguns “enriquecem com o preço do sangue” desses indivíduos.
“Por isso somos todos chamados a contribuir para o respeito aos direitos fundamentais de cada pessoa, especialmente das invisíveis: que têm fome e sede, que estão nuas ou doentes, estrangeiras ou prisioneiras, que vivem à margem da sociedade ou são descartadas”, aconselhou.
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