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Para repassar Mané Garrincha à iniciativa privada, governo do DF aceita pagar IPTU

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Novo edital para concessão da Arenaplex, complexo onde fica o estádio, também prevê diminuição do espaço para comércio. ‘Estado não consegue resolver tudo sozinho’, diz presidente da Terracap.

Um novo edital para a concessão do estádio Mané Garrincha para a iniciativa privada foi publicado nesta segunda-feira (5) pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), uma semana depois de a licitação ter sido suspensa.

Há duas mudanças principais no novo edital da Arenaplex – forma como o conjunto do Mané Garrincha, do ginásio Nilson Nelson e do complexo aquático Cláudio Coutinho é chamado pelo Governo do DF:

  • A Terracap decidiu assumir o pagamento do IPTU de todo o complexo;
  • O espaço destinado a atividades comerciais (restaurantes, bares, cinema e casas noturnas, por exemplo) diminuiu de 30% para 22%.

As novas propostas devem ser entregues até 8 de março, data prevista para que a estatal abra os envelopes – exatamente um mês depois da data estipulada no edital anterior. A expectativa é de o anúncio do vencedor seja anunciado no mês seguinte.

Vista aérea do complexo esportivo que inclui o estádio Mané Garrincha (ao fundo) e o ginásio Nilson Nelson (centro) (Foto: Andre Borges/GDF)

De quem será o estádio?

Em entrevista à TV Globo, o presidente da Terracap, Júlio César Reis, ressaltou os imóveis da Arenaplex não serão privatizados, mas concedidos. “Não estamos fazendo privatização. O estádio e todo aquele complexo continuam sendo de propriedade do governo”, afirmou.

“É um grande equipamento público. E, assim, deve servir à população de Brasília”

Caberá ao parceiro privado a gestão profissional dos espaços. “O Estado, por mais eficiente que seja, não consegue resolver tudo sozinho”, disse Reis. Ao menos dois grupos europeus estão interessados em participar da licitação.

Entre as regras estabelecidas pelos contratos, está a exigência de investimento de R$ 80 milhões na recuperação dos espaços esportivos – inclusive do Mané Garrincha, inaugurado há apenas cinco anos.

O que é o bulevar?

No lançamento do estádio, havia a proposta de ocupar os anéis internos do Mané Garrincha com salas comerciais. Esta ideia deu lugar à construção construção de um “bulevar” comercial na área entre o estádio e o autódromo Nelson Piquet.

Vista aérea com o estádio Mané Garrincha e o autódromo Nelson Piquet (Foto: Google Maps/Reprodução)

O presidente da Terracap descreveu o bulevar como “um grande ponto de encontro, uma nova referência na região central da capital, onde as pessoas poderão se encontrar ao fim do dia e aos fins de semana para confraternizar”.

Na área externa do Mané Garrincha poderão ser instalados restaurantes, bares, casas noturnas, cinema e teatro, por exemplo. “A exploração do espaço só com eventos esportivos e culturais não é capaz de pagar sequer a manutenção desses espaços”, afirmou Reis.

O que o governo quer?

A Terracap pretende assinar um contrato de 25 anos com a empresa interessada em assumir a Arenaplex.

Após uma carência de cinco anos – relacionada à construção do bulevar e às reformas nos equipamentos esportivos –, o parceiro privado terá de repassar R$ 5 milhões anuais ao setor público, além de 5% do faturamento líquido excedente (ou seja, o lucro que extrapolar as expectativas contratuais).

O Mané Garrincha, construído a um custo estimado entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,9 bilhão, foi o estádio mais caro da história do país. A arena deixou aos cofres públicos um legado de suspeita de corrupção, baixa rentabilidade, alto custo de operação e pouca ocupação em eventos esportivos – entre abril de 2017 e janeiro de 2018, passou 280 dias sem receber uma partida oficial de futebol.

Fonte: G1 DF.

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