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Paraisópolis: Tarcísio revela ilegalidade em imagens de câmeras corporais

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou neste sábado (12/7) que a análise das imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais militares envolvidos na morte de um morador de Paraisópolis, localizada na zona sul da capital paulista, na última quinta-feira (10/7), revelou a ocorrência de uma ilegalidade por parte dos agentes.

O episódio gerou protestos na comunidade local. Segundo uma testemunha ouvida pelo Metrópoles, Igor Oliveira, de 24 anos, que foi morto pelos policiais, estava desarmado.

“A forte reação da comunidade em Paraisópolis levantou suspeitas de possíveis problemas. A análise das imagens confirmou uma ilegalidade, que será combatida com rigor. Vamos apoiar as forças de segurança, mas não permitiremos desvios, ilegalidades ou abusos”, afirmou Tarcísio em evento realizado em Cerquilho, interior de São Paulo.

O porta-voz da Polícia Militar, coronel Emerson Massera, já havia declarado, em entrevista no dia anterior (11/7), que não havia justificativa para que os policiais tivessem atirado na cabeça de um homem que já estava rendido durante a operação em Paraisópolis.

Também na sexta-feira, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) confirmou através das imagens das câmeras corporais que a ação configurou uma execução.

A corregedoria da PM tomou providências imediatas e prendeu os militares envolvidos. “Os dois policiais serão indiciados por homicídio culposo, responderão judicialmente pelo crime e serão apresentados à Justiça”, afirmou Tarcísio, que ressaltou a necessidade de investir em tecnologia para aprimorar o trabalho policial.

“O investimento em tecnologia, inteligência artificial e constante capacitação é fundamental para evitar que episódios semelhantes ao de Paraisópolis se repitam”, destacou.

O governador, eleito em 2022 com discurso contrário ao uso das câmeras corporais, admitiu erro e voltou a apoiá-las, afirmando que tratam-se de ferramentas importantes para proteção tanto da sociedade quanto dos policiais.

Suspeitos estariam desarmados

O jovem morto estava sem armas, assim como outros três suspeitos que tentaram fugir da perseguição policial, segundo relatos. Apesar de a polícia ter declarado a apreensão de armas e drogas no local, a proprietária da casa contestou essas informações. Imagens enviadas à imprensa mostraram os objetos sobre a cama.

A Secretaria de Segurança Pública lamentou a divulgação das imagens e reiterou o repúdio à conduta dos agentes envolvidos na morte do homem rendido.

Dois policiais foram presos em flagrante, enquanto os demais envolvidos foram indiciados.

Versão da polícia alterada

Inicialmente, a PM informou que seus agentes chegaram ao local após denúncia de indivíduos armados com fuzis. Ao chegarem, teriam presenciado uma tentativa de fuga de quatro suspeitos. Um deles foi baleado e morreu, e os outros três foram detidos.

Posteriormente, a corporação afirmou que a operação buscava apurar a existência de uma casa-bomba, que não foi localizada.

Protestos na comunidade

Após o ocorrido, moradores de Paraisópolis organizaram manifestações com barricadas, queimadas e confrontos com policiais da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota). A ação resultou em outra morte, que segundo a polícia, não envolveu exagero por parte dos agentes. Um policial foi ferido e recebeu atendimento hospitalar.

A Secretaria de Segurança divide o caso em duas investigações distintas, ambas conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e acompanhadas por inquérito militar.

Paraisópolis e mortes por policiais

Paraisópolis lidera o índice de mortes causadas por policiais militares na capital paulista, com diversos casos registrados em curto espaço territorial, o que levanta suspeitas sobre alguns confrontos apontados pela corporação.

Dos policiais que cometeram múltiplas mortes em 2024, uma parte significativa atua na região de Paraisópolis.

Posicionamento da PM

A Polícia Militar afirmou que não tolera desvios e que desde o início da atual gestão, centenas de policiais foram presos ou expulsos por irregularidades. Todas as mortes ocasionadas por policiais são investigadas com rigor, inclusive pela Corregedoria e Ministério Público estaduais.

Além disso, a PM realiza formações contínuas do efetivo, capacitações práticas e teóricas, além de adquirir equipamentos menos letais para reduzir a letalidade policial.

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